No mundo atual, cercado por telas, luzes artificiais e ruídos constantes, a qualidade do sono tem se deteriorado cada vez mais. Com a rotina acelerada e a dificuldade para relaxar à noite, muitas pessoas têm buscado soluções rápidas e acessíveis para combater a insônia e recuperar a disposição.
Nesse cenário, suplementos vendidos sem receita médica, como a melatonina, ganharam popularidade como promessas de alívio imediato.
Embora esse hormônio natural possa realmente ajudar a regular o sono, seu uso indiscriminado pode trazer riscos importantes, especialmente quando consumido sem orientação ou em doses inadequadas.
Entender para que serve a melatonina, como ela age no organismo e quais são seus efeitos colaterais é essencial antes de colocá-la na rotina.
O que é a melatonina e para que ela serve?
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo cérebro, mais especificamente na glândula pineal, cuja principal função é regular o ciclo do sono. Sua produção aumenta à noite, quando a luminosidade do ambiente diminui, sinalizando ao organismo que é hora de dormir.
Durante o dia, quando há exposição à luz solar, a produção do hormônio é inibida, ajudando o corpo a se manter desperto. Devido a esse papel central na regulação do sono, a melatonina passou a ser utilizada como suplemento para auxiliar pessoas com insônia, jet lag, trabalho noturno e outros distúrbios do ritmo circadiano.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária permitiu a venda de melatonina sem receita médica em doses limitadas, desde que classificada como suplemento alimentar. A liberação visa facilitar o acesso de pessoas com distúrbios específicos, especialmente aqueles que envolvem dificuldades para iniciar ou manter o sono.

O uso da melatonina também tem sido estudado como parte do tratamento de alguns transtornos neurológicos e motores, como a Doença de Parkinson e a Síndrome das Pernas Inquietas. Nestes casos, ela pode ajudar a reduzir episódios de agitação durante a noite e melhorar a qualidade do sono.
Além disso, alguns estudos investigam o uso da melatonina como antioxidante e reguladora de processos inflamatórios, mas esses usos ainda não são consolidados clinicamente.
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Embora seja considerada segura para uso a curto prazo, a melatonina não está isenta de efeitos colaterais. Os mais comuns incluem sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça, náusea e sonhos vívidos. Em algumas pessoas, o uso desregulado da substância pode interferir na produção natural do hormônio pelo corpo, desorganizando ainda mais o ciclo do sono.
Também é importante lembrar que a melatonina pode interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes, anticonvulsivantes e imunossupressores, o que reforça a necessidade de orientação médica.

É fundamental destacar que a melatonina não deve ser usada como solução genérica para noites mal dormidas. Antes de recorrer ao suplemento, é essencial avaliar os hábitos de sono, a alimentação, o uso de eletrônicos antes de dormir e a rotina geral do paciente.
A higiene do sono, como manter horários regulares, evitar luzes intensas à noite e reduzir o uso de telas, costuma ser a primeira medida recomendada por especialistas.
Embora disponível em farmácias sem a necessidade de receita, a melatonina não é indicada para todos. Crianças, adolescentes, gestantes, lactantes e pessoas com distúrbios hormonais ou doenças autoimunes devem evitar o uso sem recomendação médica. A dosagem correta, o horário de ingestão e a duração do uso são pontos fundamentais para garantir segurança e eficácia no tratamento.
Por isso, mesmo com sua crescente popularidade, a melatonina deve ser usada com responsabilidade. É um recurso útil em situações específicas, mas seu uso indiscriminado pode trazer mais prejuízos do que benefícios.
Esta matéria é apenas informativa e não substitui uma consulta ou diagnóstico médico. Em caso de sintomas persistentes, distúrbios do sono ou dúvidas sobre o uso da melatonina, procure orientação profissional.
*Com informações de UC Davis Health.
Adultos com distúrbios do sono podem usar melatonina sob orientação médica. Gestantes, lactantes, crianças e pessoas com doenças autoimunes devem evitar o uso sem avaliação profissional.
Melatonina pode ser encontrada em comprimidos, cápsulas, gomas, gotas sublinguais e, em alguns casos, xaropes.
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