Se você mora em São Paulo, provavelmente não vai querer nem pensar em ar-condicionado nesses meses de maio, junho e julho. Isso vale também para outras cidades das regiões Sudeste e Sul do Brasil.
O que não podemos nos esquecer, porém, é que o calor sempre volta – e ele é implacável no nosso país. E se o ano de 2024 se repetir, fique preparado para algumas ondas de calor no meio do inverno mesmo (o chamado veranico). E a quem a gente recorre quase sempre nesses casos? O ar-condicionado.
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Essa invenção do início do século XX proporciona alívio e frescor nos dias quentes. Mas ela está longe de ser perfeita. Quem tem doenças respiratórias crônicas, como rinite, sabe que o aparelho pode causar um belo prejuízo. Isso acontece porque o dispositivo costuma “sugar” a umidade do ar para refrigerar o ambiente.
Outro obstáculo é o consumo energético. Quem tem um em casa sabe: o ar-condicionado, mesmo os mais modernos, encarecem bastante a conta de luz. Além de ser um aparelho caro para se comprar no mercado – inacessível para várias famílias.
O problema é que, hoje, não existem muitas alternativas para essa tecnologia. Ventiladores até ajudam, mas estão longe de substituí-los à altura. A solução pode vir de Hong Kong, onde um grupo de cientistas desenvolveu uma máquina que promete ser mais eficiente e sustentável.
Um novo tipo de dispositivo
- O aparelho, que ainda não possui um nome comercial, utiliza a chamada energia elastocalórica para funcionar.
- O nome em si já dá dicas de como ela funciona: o elasto vem de elasticidade, ou seja, a mudança do formato de um material gerando calor – ou frio.
- No caso, o material escolhido por pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong foi uma liga metálica de níquel-titânio.
- Ao aplicar força sobre essa liga, o material aquece, e quando a pressão é aliviada, ele esfria.
- Os primeiros testes tiveram ótimos resultados, com uma eficiência energética 48% maior em relação ao ar-condicionado.

- Outro benefício dessa tecnologia é que ela não utiliza gases nocivos ao meio ambiente.
- Estamos falando, portanto, de um produto mais sustentável também.
- O ar-condicionado tradicional usa gases refrigerantes tipo HFC (hidrofluorocarbonetos), que podem aquecer muito mais que o dióxido de carbono quando são liberados na atmosfera.
- Você, aliás, pode ler mais sobre o funcionamento dos aparelhos atuais neste outro texto do Olhar Digital.
- Agora, se quiser saber mais sobre essa invenção de Hong Kong, você pode ler o artigo científico na íntegra na revista Nature Energy.
Quando essa tecnologia estreia?
Como disse acima, o dispositivo ainda não tem um nome comercial e está longe de um lançamento no mercado. Os pesquisadores ainda buscam aprimorar a tecnologia e estudam uma forma de viabilizar a produção em massa.

Vale destacar que a Universidade de Hong Kong não é a única a desenvolver uma pesquisa com energia elastocalórica. E, até agora, todos os projetos mostraram resultados satisfatórios. Ou seja, tudo leva a crer que esse tipo de aparelho pode, sim, ser o futuro de uma refrigeração mais sustentável.
Até lá, porém, ainda estamos longe de dar adeus ao ar-condicionado. Ainda mais no verão brasileiro.
Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 27/08/2024.
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