Guerra dos chips: China usa malas para contornar as sanções dos EUA – literalmente

Os Estados Unidos reforçaram o cerco contra a China nos últimos anos. A Casa Branca anunciou diversas sanções para impedir o avanço chinês em setores considerados estratégicos, como o de chips semicondutores e de inteligência artificial.

Em resposta, Pequim aumentou os investimentos na indústria doméstica. No entanto, os chineses também têm adotado outras estratégias para contornar as proibições. Algumas delas são bastante criativas.

Pequim está adotando várias táticas para contornar as sanções da Casa Branca (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Modelos de IA estão sendo treinados fora da China

De acordo com reportagem do The Wall Street Journal, empresas chinesas estão levando os seus dados de forma física para fora do país, onde podem usar os chips de IA dos EUA. Os principais destinos são o Sudeste Asiático e o Oriente Médio. No início de março, por exemplo, quatro engenheiros chineses voaram de Pequim para a Malásia, cada um carregando uma mala com 15 discos rígidos. As unidades continham 80 terabytes de planilhas, imagens e videoclipes para treinar um modelo de inteligência artificial com chips avançados da Nvidia.

Eles voltaram à China recentemente com os resultados: várias centenas de gigabytes de dados, incluindo parâmetros de modelo que orientam a saída do sistema de IA. A operação, embora complicada, descarta a necessidade de levar hardwares para a China, o que está cada vez mais difícil em função do monitoramento dos EUA.

Ilustração digital de chip da Nvidia
Empresas chinesas estão usando chips da Nvidia apesar da proibição dos EUA (Imagem: Nor Gal/Shutterstock)

A tática chinesa levanta preocupações na Casa Branca. O ex-presidente Joe Biden havia proposto uma solução para evitar estes tipos de casos: estabelecer limites de compras de chips norte-americanos por outros países, uma medida que poderia impedir que a Malásia atendesse à demanda chinesa, por exemplo.

O problema é que o presidente Donald Trump reverteu esta decisão, alegando que não queria colocar uma carga regulatória desnecessária sobre a Nvidia e outras empresas dos EUA. No entanto, reiterou a necessidade da adoção de medidas pelas companhias para impedir que os clientes usem chips de IA dos EUA para treinar modelos chineses de IA, algo que parece não estar dando muito certo.

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Montagem sobre Guerra dos Chips com bandeiras da China e dos Estados Unidos
EUA querem impedir acesso da China aos semicondutores (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Por fim, a Casa Branca anunciou recentemente novas regras com o objetivo de impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.

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