Arqueólogos descobriram a possível história de um navio naufragado a 2,5 quilômetros do sul da França. O grupo acredita se tratar de restos de um barco mercantil do século XVI que estaria vindo do norte da Itália cheio de cerâmicas e barras metálicas quando afundou.
Esses artefatos foram encontrados em março por um drone subaquático que patrulhava a região próxima à cidade de Saint-Tropez, no litoral francês. O equipamento faz parte de um projeto do governo para explorar e monitorar os recursos marinhos da França, como minerais submersos e cabos de internet no fundo do oceano.
A área do naufrágio, que estende-se por 30 metros de comprimento por 7 de largura, recebeu o nome de “Camarat 4”. A Prefeitura Marítima do Mediterrâneo – instituição que representa o Estado francês no mar – revelou que nenhum bem material marítimo foi inventariado nessa profundidade anteriormente.
“É o naufrágio mais profundo já encontrado em águas territoriais francesas”, disse Arnaud Schaumasse, chefe do departamento de arqueologia subaquática do Ministério da Cultura, em um comunicado.
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Artefatos têm traços italianos
A pesquisadora Marine Sadania revelou que o grupo de arqueólogos descobriu 200 jarros de bicos comprimidos entre os destroços no local. Algumas dessas cerâmicas tinham o monograma “IHS” — as três letras iniciais do nome de Jesus em grego. Outras estavam cobertas com desenhos geométricos ou em formatos orgânicos.
Essas características levaram os pesquisadores a propor que os jarros eram originários da região da Ligúria, ao norte da Itália. Cerâmicas como essas estão extensamente documentadas em registros do século XVI, segundo Prefeitura Marítima do Mediterrâneo.
O nível de preservação dos artefatos impressionou a equipe. “O sítio arqueológico – graças à sua profundidade, que impediu qualquer recuperação ou saque – permaneceu intacto, como se o tempo tivesse congelado, o que é excepcional”, disse a arqueóloga.
Dentre os destroços, o grupo também encontrou uma pilha com cerca de 100 pratos, dois caldeirões, uma âncora e seis canhões. Além disso, resíduos como garrafas e latas de refrigerante figuravam no local.
Agora, os pesquisadores pretendem criar uma versão digital em 3D do navio e extrair amostras do sítio arqueológico. Segundo Sadania, o estudo deverá durar dois anos e, quando estiver concluído, os artefatos serão devolvidos ao domínio público.
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