O Universo é cheio de mistérios e conceitos que desafiam nossa imaginação. Alguns desses termos, muitas vezes populares na ficção científica, podem causar confusão até mesmo entre os mais curiosos. É o caso dos buracos negros e dos buracos de minhoca. Ambos os nomes envolvem ideias de deformações no espaço, objetos desconhecidos ou passagens misteriosas.
Ainda assim, eles descrevem entidades completamente diferentes no campo da física teórica. Vamos entender as diferenças entre buracos negros e buracos de minhoca?
O que é um buraco negro?
Buracos negros são objetos cósmicos reais, já observados por meio de seus efeitos gravitacionais em estrelas e gás ao redor. Eles se formam quando uma grande quantidade de matéria é comprimida em uma região muito pequena do espaço.
Isso normalmente ocorre no colapso de estrelas muito massivas ao final de suas vidas. A gravidade gerada por essa concentração de massa é tão forte que nada consegue escapar, nem mesmo a luz. Por isso, recebem o nome de buraco negro.
No centro do buraco negro, encontra-se uma singularidade, ponto onde as leis da física deixam de funcionar de maneira convencional. Ao redor da singularidade está o horizonte de eventos, que marca o limite a partir do qual nenhuma informação consegue sair. Tudo o que cruza esse ponto está perdido para o universo externo.
Apesar de seu nome e da ideia de destruição associada, os buracos negros não são como aspiradores cósmicos que sugam tudo ao redor. Eles obedecem às mesmas leis gravitacionais de qualquer outro objeto com a mesma massa.
A diferença é que sua densidade é tão extrema que a luz, que normalmente poderia escapar de uma estrela ou planeta, não tem velocidade suficiente para fugir.
A existência de buracos negros foi prevista por Albert Einstein em sua teoria da relatividade geral, mas durante muito tempo foram considerados apenas soluções matemáticas. A confirmação veio com observações indiretas, como a movimentação de estrelas próximas, emissão de raios-x por discos de acreção e, mais recentemente, com a detecção de ondas gravitacionais e a primeira imagem de um buraco negro em 2019.
E o que é um buraco de minhoca?

Buracos de minhoca, também chamados de pontes de Einstein-Rosen, são estruturas teóricas que surgem das equações da relatividade geral. A ideia é que eles seriam túneis que conectam dois pontos diferentes do espaço-tempo.
Em teoria, isso permitiria viajar instantaneamente entre regiões muito distantes do Universo ou até mesmo entre universos paralelos. Esses túneis foram sugeridos inicialmente como soluções matemáticas, mas diferentemente dos buracos negros, nunca foram observados e continuam sendo apenas hipóteses no campo da física teórica.
Ainda que pareçam semelhantes, buracos de minhoca não têm o mesmo comportamento gravitacional e nem se formam por colapso estelar. Eles exigiriam condições extremamente específicas para existir.
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Uma das maiores dificuldades teóricas para a existência de um buraco de minhoca funcional é a necessidade de matéria exótica. Essa matéria precisaria ter densidade de energia negativa para manter o túnel aberto e evitar que ele colapsasse com a menor perturbação. Até hoje, nenhum tipo de matéria com essas propriedades foi observado na natureza.
Além disso, mesmo que existissem, os buracos de minhoca seriam extremamente instáveis. Qualquer partícula que tentasse atravessar o túnel poderia provocar seu colapso, tornando-o intransitável. Mesmo os modelos matemáticos mais permissivos reconhecem que os buracos de minhoca não poderiam permitir viagem segura sem violar algumas das regras fundamentais da física como conhecemos.
Existe relação entre buraco negro e buraco de minhoca?

A confusão entre buracos negros e buracos de minhoca se intensifica porque algumas teorias especulativas propõem que um buraco negro poderia, sob certas condições, estar conectado a um buraco branco por meio de um buraco de minhoca.
Um buraco branco seria o oposto de um buraco negro, expulsando matéria em vez de absorvê-la. No entanto, não há qualquer evidência empírica da existência de buracos brancos, nem mesmo um modelo físico testável que comprove sua viabilidade.
Em resumo, os buracos negros são entidades reais e observadas, com formação bem compreendida e efeitos confirmados por dados astronômicos. Já os buracos de minhoca são especulações teóricas que, por enquanto, habitam o campo das possibilidades matemáticas e da ficção científica.
A semelhança nos nomes pode causar confusão, mas a física que rege esses objetos é radicalmente diferente. Entender essas distinções ajuda a separar o que é ciência do que ainda pertence ao campo da imaginação.
Com informações de Live Science.
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