Quem nunca viu, em filmes de ação, a famosa cena em que um tiro certeiro atinge um policial, mas, para surpresa de todos, ele sobrevive graças ao colete à prova de balas?
Muito além das telas de cinema, os coletes à prova de balas são uma realidade no dia a dia de profissionais que enfrentam situações de risco, como policiais, militares e seguranças.
Contudo, você já parou para pensar em como essa proteção realmente funciona? A seguir, explicaremos um pouco mais sobre a engenharia por trás dos coletes a prova de balas.
O que é um colete à prova de balas?
Um colete à prova de balas, (ou tecnicamente o colete “resistente a balas”) como o nome já entrega, é um equipamento de proteção individual projetado para absorver e dispersar a energia de projéteis de armas de fogo, reduzindo o risco de ferimentos fatais.
Bem, ele não é uma armadura impenetrável, mas sim uma barreira que busca proteger órgãos vitais e oferecer maior sobrevida ao usuário em situações de risco.
A ideia de proteger o tronco humano em combate surgiu no século XVI. E, ao longo do tempo, evoluiu das armaduras de metal para soluções mais sofisticadas. Nos anos 1880, o médico legista George E. Goodfellow, do Arizona, observou que lenços de seda podiam reduzir o impacto de balas e iniciou estudos sobre isso.

Inspirado por essas descobertas, o padre polonês Jan Szczepanik desenvolveu um colete à prova de balas usando camadas de seda, lã e linho.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os militares adotaram coletes de metal para proteger pilotos e tripulações de tanques. Eles fabricavam os “flak jackets” (coletes de fragmentação) com placas de aço ou fibra de vidro.
Entretanto, a grande virada aconteceu em 1965, com a descoberta do Kevlar pela cientista Stephanie Kwolek, da DuPont. O Kevlar é um polímero sintético leve, flexível e extremamente resistente, ideal para proteger contra balas de pistola e fragmentos.
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Como funciona um colete balístico?
Como mencionado acima, o Kevlar é a principal tecnologia empregada nos coletes balísticos. Essas fibras são entrelaçadas para formar um tecido que, ao ser atingido por um projétil, distribui a força do impacto ao longo de uma área maior. Assim, em vez de perfurar o corpo, a bala perde energia ao deformar as fibras.

Além do Kevlar, outras fibras sintéticas de alta tenacidade são usadas, como Dyneema e Twaron.
Cada camada de tecido é cuidadosamente disposta para maximizar a resistência ao impacto e a absorção da energia cinética. Em modelos de maior proteção, placas de cerâmica ou aço são incorporadas para resistir a projéteis de calibres mais elevados ou a munições perfurantes.

Resumindo, um colete balístico funciona usando fibras sintéticas de alta resistência, entrelaçadas em várias camadas. Quando a bala atinge o colete, essas fibras absorvem e distribuem a força do impacto por toda a estrutura. Isso faz com que a bala perca energia ao deformar essas camadas.
Assim, em vez de atravessar o corpo, o projétil fica retido ou preso no tecido. Além disso, o colete evita ferimentos fatais e transforma um disparo perigoso em uma forte pancada que o corpo consegue suportar.
Todavia, é claro que ainda existe risco de lesões internas, mas a diferença em relação a um disparo sem colete é absurdamente grande.
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