Lyon sofre punição e é rebaixado na França

O Lyon, clube francês que integra o portfólio do empresário norte-americano John Textor, foi rebaixado administrativamente para a segunda divisão do futebol francês devido à grave situação financeira. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (24) pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), órgão regulador vinculado à Liga de Futebol Profissional da França (LFP).

O Lyon, que terminou a temporada 2024/25 em sexto lugar da Ligue 1 e garantiu vaga na Liga Europa, já havia sido impedido de realizar contratações na janela de janeiro. Agora, sofre a punição máxima por não apresentar garantias financeiras suficientes para a nova temporada.

A DNCG havia dado prazo até junho de 2025 para que o clube regularizasse suas contas, sob pena de rebaixamento. Mesmo assim, John Textor se manteve confiante ao longo dos meses. Em novembro de 2024, o dono da Eagle Football Group, holding que controla também Botafogo, RWD Molenbeek (Bélgica) e Crystal Palace (Inglaterra) até recentemente, detalhou publicamente seu plano financeiro para evitar o rebaixamento do Lyon.

As principais ações incluíam:

  • Venda de jogadores do grupo Eagle;

  • Abertura de capital da empresa na bolsa de Nova York;

  • Venda de sua participação no Crystal Palace.

A abertura de capital, porém, ainda não se concretizou. Já a venda do Crystal Palace foi concluída no último domingo (23), com Woody Johnson, dono do New York Jets (NFL), adquirindo a participação de Textor por £190 milhões (R$ 1,4 bilhão).

Mesmo com essa movimentação, a DNCG não se convenceu. Segundo o órgão, o Lyon precisava apresentar garantias financeiras de ao menos €100 milhões para a temporada 2025/26. A Eagle Football, no entanto, registrou prejuízo líquido de €117 milhões (R$ 723 milhões) no primeiro semestre da atual temporada, o que agravou a situação.

Textor contesta decisão: “Esse dinheiro está investido na Eagle”

Antes do julgamento final da DNCG, Textor havia demonstrado otimismo em sua defesa: “Todos sabem por quanto vendemos o Crystal Palace. Esse dinheiro está investido na Eagle. Obviamente, gostamos de usá-lo para pagar nossas dívidas. Também gostamos de disponibilizar parte dele para a empresa. A UEFA nos pediu para investir uma quantia na empresa para garantir nossa sustentabilidade e tranquilizá-los. Atendemos ao pedido e fornecemos essa quantia. E esta é a apresentação que fizemos à DNCG”, declarou o empresário.

Mesmo com o discurso confiante, a resposta do órgão francês foi dura. Agora, o Lyon — sete vezes campeão da Ligue 1 — terá de disputar a Ligue 2 na próxima temporada, a não ser que o recurso já anunciado por Textor seja aceito.

Venda de jogadores não foi suficiente

Apesar das negociações realizadas por clubes do grupo Eagle, a DNCG não aceitou a ideia de um “caixa unificado” entre as equipes. O principal exemplo foi a venda de Luiz Henrique, do Botafogo para o Zenit, por €35 milhões em janeiro. Já o Lyon realizou vendas mais modestas no mesmo período, como a de Caqueret ao Como-ITA por €15 milhões.

No início de junho, o clube francês negociou Cherki com o Manchester City por €36,5 milhões fixos, com bônus que podem elevar o valor em mais €6 milhões. Ainda assim, os números não foram suficientes para satisfazer o comitê regulador.

Crise no Lyon expõe modelo de negócios da Eagle Football

A queda do Lyon à segunda divisão francesa é um duro golpe à reputação do grupo de John Textor, que tenta implantar um modelo multinacional baseado na sinergia entre seus clubes. A decisão da DNCG, ao rejeitar a lógica de consolidação de receitas entre as equipes da Eagle, coloca em xeque o funcionamento do projeto.

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