Os efeitos negativos dos microplásticos têm sido cada vez mais estudados por cientistas. Estas pequenas substâncias já foram identificadas em praticamente todos os órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde.
A maior dificuldade é combater a proliferação destes materiais de menos de cinco milímetros, que se espalham facilmente pela natureza, em rios, oceanos e até no solo. No entanto, um novo trabalho sugere que eles também podem ser usados de forma positiva.
Substâncias atraem bactérias
Uma das preocupações com os microplásticos é a possibilidade de que estas partículas possam acumular bactérias nocivas no meio ambiente, facilitando a contaminação de humanos. Mas essa capacidade de captura de germes abre uma outra possibilidade.
Durante o monitorando das estações de tratamento de água, as autoridades coletam periodicamente amostras para calcular a quantidade de bactérias nocivas no esgoto bruto. O problema é que este trabalho não é feito 24 horas por dia.
No entanto, um novo estudo publicado na revista Water Research defende que as pequenas partículas de plástico podem ser uma solução para esta questão. Os pesquisadores querem usar os microplásticos para atrair elementos nocivos, facilitando a identificação deles.
A ideia é instalar espécies de gaiolas de microplásticos em rios próximos a estações de tratamento de águas residuais. Um experimento mostrou que uma grande quantidade de bactérias nocivas, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Citrobacter freundii e Enterococcus, foram identificadas em apenas 24 horas usando este método.
De acordo com os pesquisadores, essa técnica pode ser útil para melhorar o monitoramento do esgoto e da água que chega nas casas da população. Em outras palavras, os micropolásticos podem ser importantes para a saúde pública.
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Riscos dos microplásticos
- Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
- Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
- Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
- Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
- Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
- Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
- Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças como o Parkinson.
- Estudos recentes sugeriram que a exposição aos microplásticos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.
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