Engana-se quem pensa que as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetam apenas a China. Apesar da suspensão da aplicação de taxas maiores para os outros países, a questão está longe de estar resolvida.
E um dos países que mais pode sofrer os impactos disso é o Japão, mais precisamente a tradicional indústria automobilística japonesa. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba classificou a situação como uma “crise nacional” e busca acordos para evitar grandes prejuízos para o setor.
Empresas do Japão já enfrentam uma série de dificuldades
- A preocupação é evidente em empresas como a Kyowa Industrial, fabricante de peças e componentes de carros de corrida com sede em Takasaki, ao norte de Tóquio.
- A companhia emprega 120 pessoas e está entre os fornecedores que se disseram preocupados com a capacidade de suportar a pressão tarifária sobre o setor.
- Atualmente, o país não inunda mais o mundo com chips e eletrônicos de consumo e depende de uma indústria automobilística já ameaçada pela intensa concorrência chinesa.
- As informações são da Reuters.
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Cenário é marcado pelas incertezas
Em meio ao cenário de incertezas, as principais montadoras japonesas analisam o cenário. A Nissan pediu aos fornecedores que mantenham os preços previamente acordados e disse que não é obrigada a arcar com os custos das tarifas, o que pode causar o colapso da cadeia de suprimentos.
A empresa ainda destacou que está trabalhando para encontrar formas de minimizar os impactos tarifários. Nenhuma opção foi descartada até o momento, inclusive a transferência da produção para os EUA, o que pode ser muito caro e demorado, no entanto.

Já a Toyota disse que buscaria proteger seus fornecedores, revendedores e funcionários, mantendo a confiança dos clientes. A montadora afirmou que entende a “complexidade e o ônus financeiro que alguns fornecedores estão enfrentando”, mas que acredita em uma solução.
Nos últimos dias, a Honda também destacou os efeitos tarifários e reduziu seu plano de investimento em eletrificação. O corte representa um passo para trás nos planos da companhia, que agora vai focar seus esforços nos modelos híbridos.
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