Animais venenosos do Brasil: 6 espécies que você nem imagina que existem por aqui

O Brasil é conhecido por sua imensa biodiversidade, que inclui espécies incríveis e, muitas vezes, surpreendentes. Entre esses seres, existem alguns animais que passam despercebidos no dia a dia, mas que possuem defesas poderosas capazes de causar acidentes graves.

Embora sejam parte importante do equilíbrio natural, eles merecem atenção e respeito, principalmente quando vivem próximos a áreas urbanas e de convivência humana.

Antes de conhecer essas espécies, é importante entender a diferença entre os termos. Veneno é qualquer substância tóxica produzida por um animal que pode causar danos ao ser humano, mas em animais peçonhentos há estruturas especializadas para inoculação ativa dessa toxina, como os ferrões e presas.

Já nos venenosos, esse processo ocorre sem um sistema direto, podendo ser por ingestão ou contato. Saber essa diferença ajuda a entender como esses animais nos afetam e qual o perigo real de cada um.

6 espécies venenosas que você nem imagina que vivem no Brasil

Formiga-lava-pés (Solenopsis saevissima)

A formiga-lava-pés ou formiga-de-fogo é muito comum em todo o território brasileiro, especialmente em quintais, jardins e áreas com solo arenoso. Ela injeta uma toxina por meio de sua picada, causando uma dor ardente e intensa, que pode durar horas.

Formiga-de-fogo. (Imagem: NOTE OMG/Shutterstock)

Além do desconforto imediato, a picada pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis, podendo até exigir atendimento médico em casos mais graves, como na ocorrência de choque anafilático. Essa formiga é pequena e de coloração avermelhada, o que dificulta a percepção quando está em grande número.

Peixe-niquim (Thalassophryne nattereri)

Esse peixe pequeno e de aparência inofensiva é encontrado principalmente no litoral do Nordeste brasileiro. Ele possui espinhos dorsais e peitorais conectados a uma glândula que liberam um veneno capaz de causar forte dor, inchaço, vermelhidão, e em casos mais graves, feridas que demoram a cicatrizar, podendo ocorrer até necrose local.

O peixe-niquim costuma se enterrar na areia de águas rasas, o que aumenta o risco de acidentes para banhistas e pescadores desavisados.

Ilustração feita por cientistas do Butantan mostra o niquim e onde estão localizados os espinhos que inoculam o veneno
Ilustração feita por cientistas do Butantan que mostra o niquim e seus espinhos venenosos (Imagem: Plataforma Zebrafish)

Viúva-negra (Latrodectus curacaviensis)

Famosa pela aparência marcante e pela fama que carrega no nome, a viúva-negra é uma aranha pequena, mas que merece atenção.

A fêmea, que é a responsável pelos acidentes, tem o corpo escuro, com manchas avermelhadas no tórax e um desenho em forma de ampulheta na parte inferior do abdome – uma característica típica do gênero Latrodectus. Enquanto ela pode medir até 1,5 cm, os machos são muito menores.

Apesar de não ser agressiva, a viúva-negra pode picar ao ser pressionada sem querer – algo comum quando se esconde em roupas, toalhas ou objetos esquecidos em cantos escuros. Seu veneno, de ação neurotóxica, provoca efeitos como dor intensa no local, suor excessivo e contrações musculares.

Felizmente, os acidentes com espécies brasileiras costumam ser considerados de baixa gravidade e não há registros de óbitos. Essa aranha aparece em estados como Ceará, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Viúva-Negra. (Imagem: @jgiammatteo/PIxabay)

Lagarta-de-fogo (Lonomia obliqua)

A lagarta-de-fogo é uma espécie que habita principalmente as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Ela é conhecida por ser a única lagarta que pode causar acidentes graves, devido ao seu veneno presente nos pelos urticantes.

Elas estão mais presentes durante os meses mais quentes. No Sul, essas lagartas costumam surgir entre novembro e dezembro, enquanto no Sudeste a presença é mais comum de janeiro a abril.

Lagarta-de-fogo, espécie Lonomia obliqua. (Imagem: Joa Souza/Shutterstock)

É importante destacar que nem todas as lagartas peludas representam perigo. As “cabeludas”, como a famosa cachorrinho, podem causar irritações na pele, mas os acidentes graves estão associados principalmente às lagartas espinhudas, que possuem cerdas com toxinas potentes.

O contato com essas cerdas pode levar a sintomas como dor intensa, inchaço e distúrbios de coagulação que resultam em hemorragias e até a morte. O tratamento é feito com o soro antilonômico, desenvolvido e produzido pelo Instituto Butantan, sendo essencial que sua administração ocorra o mais rapidamente possível.

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Peixe-escorpião (Scorpaena plumieri)

Este peixe venenoso, conhecido também como mangangá, habita o litoral brasileiro, desde o Nordeste até o Sudeste, preferindo águas rasas e recifes de corais, onde se camufla perfeitamente entre as pedras e algas.

O peixe-escorpião possui espinhos dorsais com glândulas de veneno que causam dor intensa, inchaço e risco de infecções secundárias. Acidentes acontecem geralmente com pescadores que manipulam o animal sem cuidado ou banhistas que pisam acidentalmente nele.

Peixe-escorpião, espécie Scorpaena plumieri. (Imagem: Jesus Cobaleda/Shutterstock)

Arraia-de-água-doce (Potamotrygon spp.)

Encontrada nos principais rios da bacia amazônica e em outros rios de água doce do Brasil, como o Rio São Francisco, a arraia-de-água-doce é conhecida pelo ferrão serrilhado localizado na cauda, que injeta um potente veneno.

Arraia-de-água-doce. (Imagem: Charlotte Bleijenberg/Shutterstock)

Apesar de não se um animal agressivo, o contato acidental, comum em pescadores e banhistas que caminham em águas rasas, pode causar dores agudas, inchaço e necrose no local da ferroada. O tratamento imediato é fundamental para evitar complicações graves.

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