Apple x Cade: empresa tem 90 dias para abrir iOS para mais apps

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizou uma sessão ordinária nesta quarta-feira (14), em que, entre outras pautas, julgou o caso da Apple. A empresa da maçã é investigada por suposto abuso de posição dominante ao dificultar a concorrência de outros aplicativos no sistema operacional iOS.

A decisão foi unânime: o Cade manteve a medida preventiva imposta pela superintendência-geral (SG). Agora, a Apple tem 90 dias para ‘abrir’ o iOS para novas lojas de aplicativos (como já acontece no Android, por exemplo).

Vamos relembrar esse processo abaixo.

Até agora, App Store é a única loja de aplicativos nos dispositivos da Apple (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Cade mantém medida contra Apple

O Cade investigava a Apple por suposto abuso de posição dominante no mercado de distribuição de aplicativos. Isso porque, ao contrário do Android, a empresa permite apenas uma loja de aplicativos em seus dispositivos: a App Store. Além disso, segundo o conselheiro-relator, Victor Fernandes, a empresa impõe restrições aos desenvolvedores de apps na App Store.

Na semana passada, a empresa foi derrotada na Justiça brasileira e foi obrigada a permitir que outras lojas de aplicativos sejam disponibilizadas no iOS.

A empresa chegou a recorrer, mas o desembargador federal Pablo Zuniga, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), manteve a decisão do órgão, o que faz com que a companhia implemente o que foi determinado em até 90 dias.

Apesar da decisão da semana passada, o julgamento final aconteceu nesta quarta-feira, com o Cade reavaliando a determinação. Na sessão, o órgão aprovou por unanimidade a manutenção da medida preventiva, obrigando a Apple a realizar as mudanças nos 90 dias estabelecidos. O prazo será contado a partir de hoje, 14 de maio.

Relembre o caso

  • O processo foi aberto em 2022, após uma denúncia do Mercado Livre de que a Apple estaria abusando de seu poder de mercado no ramo de distribuição de aplicativos. O Mercado Livre enfrentava dificuldades com seu aplicativo no sistema iOS desde 2019;
  • No fim do ano passado, a superintendência-geral do Cade determinou que a empresa incluísse no sistema outras lojas de apps além da App Store, semelhante ao que ocorre no Android;
  • A Apple conseguiu liminar que suspendia a decisão, mas que acabou sendo derrubada por Zuniga em março;
  • Na sequência, a empresa obteve decisão favorável na Justiça de primeiro grau – mas não por uma liminar e, sim, por análise de mérito (decisão provisória);
  • O Cade recorreu ao TRF, voltando a ser atendido por Zuniga, que reestabeleceu a decisão do órgão.

Agora, a medida protetiva se mantém, com a determinação do prazo para mudança.

O que diz a Apple?

Em nota ao Olhar Digital, a Apple se manifestou:

Com a App Store, criamos experiências seguras e confiáveis ​​que nossos usuários adoram e uma grande oportunidade de negócios para desenvolvedores no Brasil e em todo o mundo. Enfrentamos intensa concorrência em todos os lugares onde operamos e temos orgulho de ser um motor de inovação e crescimento econômico. Estamos preocupados que a medida preventiva proposta pelo CADE possa prejudicar a privacidade e a segurança, e continuaremos a defender o que é melhor para nossos usuários.

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