O presidente do Corinthians, Augusto Melo, reconheceu nesta segunda-feira (26), durante coletiva de imprensa realizada no Parque São Jorge, zona leste de São Paulo, que sua permanência no cargo está perto do fim. Em meio à crise institucional e à iminente votação do pedido de impeachment, o dirigente admitiu a provável derrota, mas fez questão de reforçar que deixa o comando do clube “de cabeça erguida”.
“Boa noite a todos! Primeiramente indignado. O jogo não acabou, mas saio de cabeça erguida. Saio do Corinthians neste momento, por enquanto, com salários em dia há sete meses, com planejamento de um ano que tinha tudo para dar certo. Saio do Corinthians deixando um contrato com a Multipark no qual o Corinthians se tornaria sócio. Saio do Corinthians deixando o contrato pronto do nosso CT, o alojamento da base”, declarou Melo.
Com a saída de Augusto, o 1º vice-presidente do clube, Osmar Stábile, deve assumir interinamente a presidência do Corinthians. Ele permanecerá no cargo ao menos até a realização da assembleia geral dos associados, que será marcada por Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo.
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Impeachment de Augusto Melo está ligado ao caso VaideBet
A gestão de Augusto Melo foi duramente impactada pelas investigações envolvendo o polêmico contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet, considerado o maior acordo de patrocínio máster do futebol brasileiro até então. O contrato, inicialmente celebrado com entusiasmo, acabou sendo rompido após o surgimento de suspeitas graves de lavagem de dinheiro, associação criminosa e envolvimento com o crime organizado.
A crise teve início após a revelação de que a empresa Rede Social Media Design LTDA, responsável por intermediar o acordo entre VaideBet e Corinthians, teria repassado parte da comissão a uma segunda empresa: a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA. A sócia da Neoway, Edna Oliveira dos Santos, moradora de Peruíbe (SP), afirmou desconhecer qualquer envolvimento ao ser questionada sobre o caso.
As investigações estão sendo conduzidas pelo delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), com apoio do promotor de Justiça Juliano Carvalho Atoji, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). A apuração inclui quebra de sigilo bancário, o que permitiu identificar movimentações suspeitas de cerca de R$ 1,4 milhão nas contas utilizadas para pagamento de comissões.
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