A empresa aeroespacial Ursa Major vai desenvolver 16 motores Hadley H13 atualizados para a Stratolaunch, responsável pelos testes com o avião hipersônico Talon-A — usado pelo Pentágono como plataforma de testes para tecnologias hipersônicas militares.
O contrato de US$ 32,9 milhões (R$ 180,70 milhões, na conversão direta) prevê a entrega dos equipamentos ao longo de vários anos, segundo o comunicado. Os motores são mais reutilizáveis do que as versões anteriores e foram projetados para mais lançamentos de voo. Isso quer dizer que o custo será reduzido, o que permite recorrência maior de experimentos.
“Este contrato apoia diretamente a infraestrutura de testes hipersônicos dos EUA e o imperativo mais amplo de acelerar programas de voo de alta velocidade que visam a segurança nacional”, disse Dan Jablonsky, CEO da Ursa Major. “Estamos focados em levar capacidade real ao campo – mais rápido, em escala e sem comprometer o desempenho.”
Hipersônico: tecnologia imparável
- O modelo Talon-A é um veículo hipersônico reutilizável capaz de voar a Mach 5 (ou seja, pode viajar a cinco vezes a velocidade do som);
- Em março, a Stratolaunch conseguiu demonstrar não apenas sua velocidade hipersônica, mas, também, a complexidade de um pouso completo em pista com rápida recuperação da carga útil;
- À época, a empresa afirmou que “está focada em expandir seus testes de voo hipersônico e garantir a sustentabilidade a longo prazo de plataformas de teste hipersônicas reutilizáveis. Esses voos concluídos demonstram o retorno dos Estados Unidos aos testes de voo hipersônico reutilizáveis desde o fim do programa X-15 em 1968”;
- Os trabalhos têm sido feitos em parceria com a Ursa Major, empresa aeroespacial e de defesa estadunidense que fornece capacidades comprovadas em voo para hipersônicos, motores de foguetes de propulsão sólida, propulsão espacial e lançamento.

A companhia utiliza técnicas avançadas de produção e arquiteturas flexíveis para construir sistemas para todos os domínios: terrestre, aéreo, marítimo e espacial — e diz estar “revitalizando a base industrial de defesa dos EUA e seus aliados”.
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Prioridade de Trump
O contrato vai ao encontro do desejo do presidente Donald Trump de tornar os Estados Unidos líder em voos supersônicos. Recentemente, o republicano revogou lei que proibia a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) de testar esse tipo de tecnologia.
Enquanto isso, o Pentágono vem testando um míssil hipersônico convencional All Up Round (AUR) para instalar a primeira unidade operacional da inovação pelo Exército, bem como ao destacamento marítimo da Marinha, segundo o Departamento de Defesa.

“A capacidade de resposta, manobrabilidade e capacidade de sobrevivência das armas hipersônicas são inigualáveis pelas capacidades de ataque tradicionais para direcionamento de precisão, especialmente em ambientes de anti acesso/negação de área”, disse o Tenente-General Robert A. Rasch, Diretor de Hipersônica, Energia Direcionada, Espaço e Aquisições Rápidas do Exército estadunidense.
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