Banco Central avança para permitir interoperabilidade do DREX

O Banco Central do Brasil, em parceria com a Fenasbac, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Polkadot, atingiu um marco importante no desenvolvimento de soluções de interoperabilidade entre blockchains por meio do LIFT Learning, laboratório que reúne instituições financeiras, fintechs e universidades para promover a inovação no Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Com o crescimento das aplicações baseadas em blockchain, a interoperabilidade entre diferentes redes tornou-se um dos principais desafios para o desenvolvimento de soluções descentralizadas.

A maioria das blockchains opera de forma isolada, com regras e estruturas próprias, o que limita a troca de informações e a realização de transações entre elas.

Além disso, os mecanismos de interoperabilidade existentes (como bridges) são frequentemente alvos de ataques. Somente em 2022, mais de US$ 2 bilhões foram perdidos em falhas e explorações de vulnerabilidades.

No caso do DREX, a natureza permissionada e fechada da rede traz desafios adicionais para a comunicação com outras blockchains, tanto públicas quanto privadas.

O LIFT Learning busca resolver esse desafio, permitindo que o DREX se comunique de forma segura e eficiente com redes como Ethereum, Bitcoin e Polkadot, sem a necessidade de intermediários.

Isso é fundamental para a criação de um ecossistema financeiro interconectado e seguro, capaz de impulsionar as finanças descentralizadas (DeFi) e a tokenização de ativos.

Avanços do projeto

Em fevereiro, o projeto alcançou um breakthrough significativo: foi possível realizar uma transação atômica real entre uma rede simulada do DREX implantada pela UFRJ e a rede de teste Moonbeam (parachain EVM da Polkadot).

Essa transação envolveu a compra e venda de um token “Drex-like” na rede simulada do DREX com um token da rede Moonbeam, sem a necessidade de intermediários.

A interoperabilidade é um dos pilares do trilema blockchain, que inclui também a descentralização e a escalabilidade.

No caso do DREX, a capacidade de interoperar com outras redes é crucial para expandir seus casos de uso e permitir a criação de serviços financeiros descentralizados e inovadores.

Além disso, a interoperabilidade reduz a dependência de intermediários, diminui custos e aumenta a segurança, evitando fraudes como o double spending (gasto duplo).

Benefícios da interoperabilidade

  • Transações em tempo real: Instituições financeiras participantes do DREX podem realizar transações entre redes (cross-chain), com qualquer token ou criptoativo externo ao DREX, em tempo real, de forma confiável e sem intermediários.
  • Validação de informações: É possível validar o status e outras informações em redes externas, possibilitando a componibilidade entre smart contracts de blockchains diferentes.
  • Segurança: A solução desenvolvida pelo LIFT Learning foi concebida para diminuir a superfície de ataques, já que a arquitetura da solução não envolve atores externos e outros layers (outras camadas ou outras blockchains).

Hoje, a grande questão que paira sobre o DREX é relacionada a privacidade e segurança. A próxima grande questão também será sobre segurança, mas no contexto da interoperabilidade entre redes. A interoperabilidade está diretamente relacionada à componibilidade, que é um dos pilares do desenho do DREX. O marco que alcançamos no LIFT Learning é um passo fundamental para a viabilização do ecossistema DREX no futuro em todo o seu potencial“, diz Danielle Teixeira, Líder de Projetos da Fenasbac.

Para a UFRJ, a parceria com o Banco Central é uma oportunidade única e de extraordinária importância. Esse vínculo permite que os nossos pesquisadores, alunos e professores participem ativamente no desenvolvimento de soluções tecnológicas de grande impacto para o SFN. Mais do que alcançar resultados em curto prazo, como aqueles já demonstrados na interoperabilidade entre blockchains, estar junto ao Banco Central do Brasil, em uma colaboração de médio e longo prazo, nos motiva e fortalece ainda mais os nossos laços“, Professor Carlos D’avila, UFRJ.

A interoperabilidade sempre foi o cerne da visão da Polkadot. Estar ao lado do Banco Central do Brasil e do LIFT Learning em um projeto tão estratégico reforça nossa missão de conectar diferentes ecossistemas de blockchain de maneira segura e escalável. Acreditamos que a Polkadot é de suma importância para o DREX e para o sistema financeiro digital, pois permite que vários sistemas e blockchains conversem entre si de forma interoperável. Como foi o exemplo de uma de nossas parachains — como a Moonbeam — que possibilitou viabilizar trocas atômicas sem intermediários, abrindo caminho para uma nova geração de soluções financeiras descentralizadas e garantindo que o ecossistema financeiro brasileiro se integre a outras redes de maneira ágil e confiável“, diz Gustavo Joppert Massena SunsetLabs, Desk Brasileira de Business Development da Polkadot e Web3Foundation.

Quem participa do projeto?

O LIFT Learning é uma iniciativa da Fenasbac, em parceria com o Banco Central do Brasil, que reúne instituições financeiras, fintechs e universidades para desenvolver soluções inovadoras para o Sistema Financeiro Nacional.

Além do Banco Central e da Fenasbac, participam do projeto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Polkadot, líderes em soluções de blockchain e interoperabilidade.

Próximos passos

Com os testes bem-sucedidos na Polkadot, o projeto segue avançando para novas etapas de integração entre redes, ampliando ainda mais as possibilidades de conexão entre blockchains.

O LIFT Learning está pavimentando o caminho para um ecossistema financeiro mais integrado, seguro e inovador, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional e a modernização da economia brasileira.

Fonte: Banco Central avança para permitir interoperabilidade do DREX

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