Basquete sem enterradas? Isso já foi real!

Por mais surpreendente que pareça, basquete sem enterradas já foi uma realidade. Em um esporte conhecido pela explosão física, pelo espetáculo aéreo e pelas jogadas que desafiam a gravidade, imaginar um jogo sem enterradas pode soar absurdo para muitos fãs atuais. No entanto, essa limitação existiu e influenciou diretamente o modo como o basquete era praticado e evoluiu ao longo dos anos.

Este artigo vai te levar por uma jornada histórica e cultural para entender por que, como e quando as enterradas foram proibidas no basquete, quem foram os grandes nomes afetados por essa decisão e qual foi o impacto dessa regra inusitada no esporte. Prepare-se para descobrir um lado pouco conhecido do basquete que vai mudar sua forma de ver o jogo.

Quando e por que o basquete proibiu as enterradas?

A proibição das enterradas no basquete universitário dos Estados Unidos aconteceu entre 1967 e 1976. O motivo oficial, segundo a NCAA (associação responsável pelo basquete universitário), era que a jogada oferecia vantagem física desproporcional e aumentava o risco de lesões.

Na prática, muitos especialistas acreditam que a regra foi criada como uma tentativa de conter o domínio de Lew Alcindor (mais tarde conhecido como Kareem Abdul-Jabbar), um pivô extremamente dominante da Universidade da Califórnia (UCLA). Suas enterradas eram tão frequentes e impactantes que, segundo críticos da época, “desequilibravam” o jogo.

Basquete sem enterradas? Isso já foi real!
basquete – Créditos: depositphotos.com / Michele_Morrone

Como os atletas se adaptaram sem a enterrada?

Sem a possibilidade de enterrar, jogadores precisaram reinventar seus estilos. A jogada conhecida como “finger roll”, popularizada por jogadores como George Gervin, ganhou destaque por ser uma alternativa elegante e eficiente próxima à cesta.

Além disso, o jogo se tornou mais técnico. Arremessos de média distância, ganchos e movimentações táticas passaram a ser priorizados. A ausência das enterradas também exigiu maior criatividade nas finalizações, incentivando o surgimento de jogadas inovadoras e maior variedade ofensiva.

Quais figuras históricas foram afetadas por essa proibição?

Kareem Abdul-Jabbar é o nome mais emblemático associado à proibição das enterradas. Sua dominância física durante os anos universitários foi um dos catalisadores da nova regra. Para compensar, ele aperfeiçoou o lendário skyhook, um arremesso quase indefensável que se tornou sua marca registrada na NBA.

Outros jogadores da década também sofreram com a limitação, especialmente os pivôs e alas mais atléticos. Muitos treinadores precisaram redesenhar estratégias ofensivas, priorizando passes, movimentação de bola e execução técnica ao invés do jogo físico dentro do garrafão.

Que impacto cultural essa regra teve no basquete?

A ausência das enterradas por quase uma década alterou a estética e a narrativa do basquete universitário. O jogo se tornou mais contido e menos espetacular, o que pode ter afastado parte do público que apreciava o lado show do esporte.

Por outro lado, essa limitação ajudou a enfatizar o basquete como disciplina tática e inteligência de jogo, afastando temporariamente o foco da força bruta. Quando as enterradas foram liberadas novamente em 1976, a recepção foi imediata: o esporte retomou sua intensidade visual, agora equilibrada por fundamentos mais sólidos desenvolvidos durante o período de restrição.

Por que muitos consideram essa regra um retrocesso?

Embora a proibição tenha sido justificada por segurança e equilíbrio, críticos apontam que ela mascarava motivações raciais e estruturais. Atletas negros, como Kareem, dominavam o esporte com seu físico e técnica, e muitos acreditam que a limitação das enterradas foi uma tentativa velada de nivelar o jogo à força.

Essa visão é reforçada pelo fato de que a NBA, liga profissional, nunca baniu a enterrada, sugerindo que a NCAA quis manter um controle mais rígido sobre seus atletas universitários. Com o tempo, o retorno das enterradas foi visto como resgate da identidade original do basquete, celebrando a liberdade atlética e a expressão individual dentro de quadra.

Como o retorno das enterradas influenciou as novas gerações?

A volta das enterradas mudou para sempre o curso do basquete. Jogadores como Michael Jordan, Dominique Wilkins e Vince Carter elevaram a jogada a um novo patamar, transformando-a não só em uma técnica de pontuação, mas em espetáculo visual e cultural.

Hoje, enterradas são parte essencial do entretenimento no esporte, com concursos específicos e até jogadas que se tornam virais nas redes sociais. Além disso, elas motivam jovens atletas, servem de inspiração para treinos físicos e ajudam a popularizar o basquete globalmente.

As gerações seguintes cresceram vendo as enterradas como sinônimo de talento, força e criatividade. Seria impossível imaginar o basquete moderno sem essa jogada, mas durante quase 10 anos, esse foi o cenário real.

O basquete seria o mesmo hoje se as enterradas não voltassem?

Provavelmente, não. O basquete atual é uma mistura perfeita de técnica, estratégia e explosão física. A ausência permanente das enterradas teria moldado o esporte de forma muito mais contida, possivelmente limitando seu alcance global e seu apelo entre os fãs.

Além disso, muitas das maiores jogadas da história, como as enterradas de Shaquille O’Neal quebrando tabelas ou o voo lendário de Jordan, não existiriam. A decisão de permitir novamente as enterradas foi crucial para preservar o dinamismo e o espetáculo que transformaram o basquete em um fenômeno cultural e esportivo.

Por que entender esse período é essencial para quem ama basquete?

Conhecer a história do basquete sem enterradas ajuda a valorizar ainda mais os atletas atuais e suas habilidades. Também revela como o esporte é moldado por regras, contextos sociais e decisões que vão além das quadras.

Entender esse capítulo peculiar da história esportiva é essencial para quem busca mais do que entretenimento: é uma forma de respeitar a trajetória, reconhecer injustiças e celebrar a evolução de um dos esportes mais populares do planeta.

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