A enxaqueca causa dores de cabeça intensas e pulsantes, muitas vezes acompanhadas de outros sintomas como náuseas e sensibilidade à luz e ao som. Esta condição pode estar relacionada, entre outras coisas, ao consumo de determinados alimentos e produtos.
As bebidas alcoólicas fazem parte deste grupo, sendo um gatilho para a ocorrência destes problemas. No entanto, os cientistas afirmam que faltam evidências para confirmar que o consumo de vinho esteja relacionado à enxaqueca.
Ciência tenta explicar os efeitos do vinho
Em artigo publicado no portal The Conversation, os professores da Universidad de Castilla-La Mancha Maribel Lucerón Lucas-Torres e Marta Carolina Ruiz Grao explicam que o vinho inclui em sua composição certas substâncias que poderiam explicar sua possível relação com a enxaqueca: sulfitos, fenóis e o próprio etanol (álcool).
Estudos recentes propuseram uma possível hipótese para explicar esse fenômeno no caso do vinho tinto, que contém altos níveis de fenóis. Um dos compostos fenólicos que ocorre em quantidades maiores no vinho tinto, em comparação com o vinho branco e outras bebidas alcoólicas, é a quercetina.

Nosso corpo metaboliza o álcool no fígado, mas um metabólito típico da quercetina pode inibir a enzima responsável pelo metabolismo do acetaldeído, uma substância tóxica produzida pela decomposição do álcool. Quando essa enzima não funciona adequadamente, o acetaldeído se acumula no corpo, o que pode levar a dores de cabeça, náuseas e outras manifestações em indivíduos suscetíveis.
Em outras palavras, seria como se a quercetina não nos permitisse digerir o álcool adequadamente. No entanto, esses mesmos componentes também estão presentes em outros alimentos que não causam dores de cabeça ou enxaquecas. O desafio, portanto, é identificar quais mecanismos seriam realmente responsáveis por produzir enxaqueca a partir do consumo de vinho, se isso for finalmente confirmado.
Artigo publicado no The Conversation
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Consumo com moderação é a melhor saída
- De acordo com o artigo, que se baseou em dados de cinco estudos, não há evidência suficiente que comprove aumento do risco de enxaqueca associado ao consumo de vinho.
- No entanto, as autoras do trabalho deixam claro que existem uma série de fatores limitantes.
- Um deles é o fato de não ser ético induzir a população adulta a consumir álcool ou vinho para realizar pesquisas.
- Sem uma resposta definitiva, a recomendação é que o consumo seja feito de forma moderada.
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