O volante Damián Bobadilla, do São Paulo Futebol Clube, foi indiciado pelo crime de injúria racial contra o jogador Miguel Navarro, do Talleres, da Argentina. O episódio, que teria ocorrido durante partida válida pela Conmebol Libertadores, envolve uma suposta ofensa xenofóbica direcionada ao atleta venezuelano.
Segundo o depoimento prestado por Navarro à Polícia Civil de São Paulo, Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome”. De acordo com a legislação brasileira, xenofobia é considerada crime de racismo, o que torna o caso ainda mais grave do ponto de vista penal.
Delegado afirma que elementos corroboram a acusação
O jogador do São Paulo prestou depoimento nesta quarta-feira (11) à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE). O delegado Rodrigo Correa Baptista, responsável pelo caso, afirmou que o atleta não apresentou argumentos ou testemunhas capazes de contestar a versão do jogador do Talleres, corroborada por colegas de equipe.
“Ele compareceu, esclareceu todos os pontos que foram questionados, mas os elementos realmente recaem contra ele. A versão da vítima é corroborada por outras testemunhas. Ele não apresentou nenhuma testemunha que pudesse afastar a credibilidade que temos das outras testemunhas, jogadores do Talleres. Então, por esse motivo ele foi indiciado pelo crime de injúria racial”, declarou o delegado.
🎙️ Damián Bobadilla, volante do São Paulo, prestou depoimento no DOPE na tarde desta quarta-feira (11) após acusação de xenofobia do jogador Navarro, do Talleres.
Ao GE, ele falou sobre o caso: O que aconteceu foi o que acontece em todos os jogos. Todos os jogos. Em todos existe… pic.twitter.com/D5CJmR4JtK
— Gabriel Sá (@OGabrielSa) June 11, 2025
Testemunhas confirmam ofensa de Bobadilla e inquérito entra na fase final
Entre os que confirmaram a acusação estão os jogadores Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, ambos do Talleres, além do árbitro da partida, Piero Maza Gomez, e dos policiais militares Wellington Rodrigues dos Santos e Rodrigo Simplício, que conduziram Navarro até a delegacia instalada no estádio.
Ainda segundo o delegado Baptista, o São Paulo apresentou imagens para tentar sustentar a defesa de Bobadilla. No entanto, o material não foi suficiente para reverter o entendimento das autoridades.
“O inquérito está em fase final de tramitação. Concluindo o inquérito, ele é encaminhado ao poder judiciário. O Ministério Público toma conhecimento dessa investigação e pode promover uma ação penal contra ele (Bobadilla). Aí é a segunda etapa. A primeira é com a polícia, a segunda é com o poder judiciário e o Ministério Público”, explicou.
Possíveis punições esportivas e judiciais
Além de enfrentar uma possível ação penal no Brasil — com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão —, Damián Bobadilla também corre risco de suspensão em competições organizadas pela Conmebol, caso a entidade sul-americana entenda que houve infração ao regulamento disciplinar que combate a discriminação e o racismo no futebol.
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