Bots de inteligência artificial que coletam dados para treinar modelos estão causando sérios impactos em bibliotecas, arquivos, museus e galerias.
Segundo um novo relatório do GLAM-E Lab, esses robôs automatizados têm sobrecarregado servidores de instituições culturais, tirando coleções inteiras do ar e dificultando o acesso do público.
A pesquisa, que entrevistou 43 instituições na Europa, América do Norte e Oceania, revelou que 39 delas relataram aumento de tráfego nos últimos tempos, sendo que a maioria atribui o fenômeno aos bots de raspagem de IA.
Bots causam estrago
- O relatório compara a atividade dos bots a ataques de negação de serviço (DDoS), gerando quedas nos sistemas e exigindo esforços urgentes das equipes técnicas.
- Em alguns casos, acervos semiprivados, com poucos acessos diários, foram subitamente inundados, tornando-se inacessíveis.
- Cerca de 32 instituições já adotam medidas contra os bots, mas muitas não têm infraestrutura ou pessoal suficientes para se protegerem adequadamente.

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Equipes técnicas ficam sobrecarregadas para resolver problemas
O estudo destaca que os bots ignoram protocolos como o robots.txt, considerado um padrão ético para evitar raspagens indevidas. A pressão sobre as equipes técnicas, muitas vezes compostas por apenas uma ou duas pessoas, pode desencorajar novas iniciativas de acesso aberto.
O caso recente da Universidade da Carolina do Norte evidencia a gravidade da situação: seu sistema ficou instável por dias, exigindo uma equipe inteira para restaurar a operação. A tendência preocupa especialmente instituições menores, que têm menos recursos para reagir.

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