Buraco misterioso no Oceano Pacífico? Entenda a ‘pegadinha’ do Google Maps

Um passeio de Google Maps pela Oceania continua pegando muita gente de surpresa em 2025. Se você for a leste do norte da Austrália, acima da Polinésia Francesa, e aproximar a imagem, você vai se deparar com uma espécie de buraco negro no meio do Oceano Pacífico.

O mistério começou em 2021 e, ano a ano, retorna para assombrar as pessoas. Seria esse buraco uma base militar secreta? Um poço escuro que leva para outra dimensão? Uma fenda que desafia os princípios do espaço-tempo?

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Teorias não faltam. A verdade, porém, é que o buraco negro no Pacífico não passa de uma ilusão de ótica. Trata-se de uma ilha coberta por uma densa floresta com árvores de folhas verde escuras.

O buraco negro da foto acima fica no local deste ponto vermelho (no meio do Oceano Pacífico) – Imagem: Reprodução/Google Maps

A bela Ilha Vostok

  • A Ilha Vostok é um território desabitado de apenas 2,5 km² pertencente à República de Kiribati, um pequeno país da Oceania.
  • É um verdadeiro paraíso, com fauna e flora riquíssimos.
  • Um vídeo feito pelo mergulhador Enric Sala, do National Geographic, há mais de uma década, ajuda a mostrar as belezas naturais do local.
  • A densa floresta é formada majoritariamente por árvores de pisonia.
  • A Pisonia grandis é uma espécie que pode crescer até 20 metros de altura, comumente encontrada em ilhas nos Oceanos Índico e Pacífico.
  • Como cresce em territórios restritos e pequenos, a árvore criou um “mecanismo de sobrevivência”.
  • Suas sementes são extremamente pegajosas, grudando nos corpos de pássaros, que as levam para outros locais.
  • O lado trágico dessa história é que algumas aves ficam tão lotadas de sementes que não conseguem mais voar – e acabam morrendo de fome por causa disso.
  • Mesmo mortos, esses animais podem ajudar a cumprir o ciclo das pisonias.
  • Como mostrou um artigo no Journal of Tropical Ecology, os corpos dos pássaros repletos de sementes podem cair na água e flutuar até outro litoral, espalhando as sementes do mesmo jeito.

Um santuário de pássaros

Uma das principais vítimas dessas árvores são os trinta-réis-preto (Anous minutus). A ilha, porém, recebe várias outras espécies de aves marinhas, como o atobá-de-pés-vermelhos (Sula sula), a fragata-pequena (Fregata minor) e o rabiforcado-pequeno (Fregata ariel).

Vostok, aliás, é considerado um santuário de vida natural. O local é tão restrito que, para desembarcar em suas costas, é preciso pedir um permissão especial para o governo de Kiribati.

Esse é um dos motivos que levou ao mistério do buraco negro: as pessoas não sabem quase nada sobre a ilha. Como ninguém vive nela e seu acesso é extremamente difícil, faltam informações sobre esse paraíso.

Um trinta-réis-preto com o corpo cheio de sementes de pisonia – Imagem: crbellette/Shutterstock

E para não dizer que o homem nunca tentou se aproveitar de Vostok, uma história local conta que em 1922, autoridades britânicas tentaram usar esse pedaço da então Ilha Gilbert como área para plantação de coqueiros.

Só que a floresta de pisonias é tão densa que as tentativas foram em vão. Reza a lenda que a ilha se protege contra invasores externos.

Anos depois, em 12 de julho de 1979, as Ilhas Gilbert ganharam independência e receberam o nome de República de Kiribati. Eis a história por trás do buraco negro do Pacífico.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 16/04/2024.

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