Nos últimos anos, diversas fábricas de veículos elétricos e baterias de lítio surgiram nos Estados Unidos, impulsionadas por incentivos fiscais do Inflation Reduction Act. A promessa era gerar empregos, especialmente em estados republicanos, e fortalecer a produção interna de veículos elétricos.
No entanto, uma matéria do Washington Post revelou que muitos desses projetos estão sendo cancelados, gerando incertezas sobre a transição para energia limpa e o futuro do setor nos EUA.
Dados da Atlas Public Policy revelam que mais projetos foram cancelados no primeiro trimestre de 2025 do que nos dois anos anteriores. Fábricas como a de US$ 1 bilhão na Geórgia e uma de baterias de íons de lítio no Arizona estão entre os cancelamentos.
O analista Tom Taylor, ouvido pela equipe da publicação original, destacou que as incertezas em relação a tarifas, créditos fiscais e regulamentações dificultam a fabricação de veículos elétricos no país.
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Políticas republicanas impedem avanços
- Embora a lei climática de 2022 tenha oferecido incentivos para montadoras fabricarem veículos e peças nos EUA, mudanças lideradas pelos republicanos podem revogar esses benefícios, afetando diretamente as vendas de veículos elétricos.
- Isso tem levado empresas como Aspen Aerogels a transferirem a fabricação para a China, alegando que o mercado norte-americano ainda não avançou tanto quanto o asiático.
- Além disso, empresas de veículos elétricos, como a Nikola Motors e a Canoo, enfrentam dificuldades financeiras, com algumas indo à falência.
- A desaceleração no setor de fabricação limpa e a falta de clareza sobre o futuro econômico geram preocupação sobre o impacto da transição energética.
Embora alguns projetos ainda sigam em frente, muitos estão diminuindo ou ajustando a produção de veículos totalmente elétricos, como a fábrica da Hyundai em Savannah, Geórgia.
A incerteza sobre os preços de insumos também tem dificultado novos investimentos, com a E2 relatando uma queda significativa nos anúncios de novos projetos de fabricação limpa em janeiro de 2025.
Essa desaceleração ameaça comprometer a cadeia de suprimentos de veículos elétricos nos Estados Unidos, que ainda precisa de um impulso significativo para decolar, caso contrário, o setor pode retroceder, segundo especialistas.

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