Usuários de uma carteira de Bitcoin estão acusando seus desenvolvedores de moverem suas moedas sem permissão. Nas redes sociais é possível encontrar diversos relatos sobre o caso.
As transferências seriam uma “taxa de inatividade” cobrada pela carteira que trabalha tanto com a rede nativa do Bitcoin quanto com a Lightning Network. A cobrança aparece em seus termos de serviço.
Ao contrário de outras carteiras famosas, desde Electrum até Ledger, tal carteira oferece uma solução compartilhada de custódia. Portanto, os desenvolvedores também têm acesso aos fundos.
Investidores estão furiosos nas redes sociais com a carteira Alby
Os relatos dos investidores podem ser encontrados no X, antigo Twitter. Além de postagens soltas, também é possível encontrar comentários nas publicações mais recentes da Alby.
Como exemplo, um usuário compartilha uma captura de tela mostrando que os desenvolvedores deduziram R$ 1.145 em Bitcoin de sua carteira. A fatura aponta “taxa de inatividade” como justificativa.
Em outra publicação é possível encontrar vários outros comentários semelhantes. Enquanto alguns questionam as motivações dessas movimentações, outros ameaçam processar a empresa.
“Todo o dinheiro na minha carteira Alby foi transferido, você pode resolver isso? Foi transferido pelo oficial.”
“Seu desgraçado”
“Ladrão”
“Todo o dinheiro na minha carteira Alby foi transferido, você pode resolver isso?”
“Por que você transferiu meu dinheiro sem aviso? Por favor, informe o método de reembolso.”
“Esperem pelo processo, sua empresa maldita e fraudulenta.”
Outras capturas de tela mostram valores deduzidos de R$ 240, R$ 670, R$ 6.000 e até mesmo R$ 172.000. Ou seja, não é uma taxa de valor fixo.
“A carteira Alby redefine o significado de: “Seu dinheiro é meu dinheiro”. Nossa senhora, nova forma de roubar dinheiro!”
“A principal razão é que, conforme os termos de serviço atualizados pela Alby em março de 2025: para gerenciar de forma mais eficiente as contas inativas por longos períodos, a plataforma retira todo o saldo restante das contas que não tiveram nenhuma transação por 12 meses consecutivos”, escreveu o usuário KuiGas.
Termos de uso da Alby diz que eles podem “deduzir todo o saldo” das carteiras
Embora não tenha respondido às críticas publicamente, a Alby menciona em seus termos de uso que pode deduzir todo o saldo das carteiras de seus clientes caso suas contas estejam inativas há mais de 12 meses.
O texto aponta que os usuários foram notificados sobre essa mudança há mais de um ano.
“Para gerenciar essas contas inativas de forma eficaz, reservamo-nos o direito de deduzir todo o saldo remanescente de uma conta antiga da Alby (legado) com carteira compartilhada após 12 meses consecutivos de inatividade, definida como a ausência de transações concluídas durante esse período.”
“Essa taxa aplica-se apenas a contas antigas inativas da Alby (legado) com carteira compartilhada criada em 2023, ou antes, e não afeta Alby Hubs ativos ou inativos, créditos de taxa ou outras carteiras vinculadas a uma conta da Alby”, continua o texto.
Taxas do tipo já causaram confusão no passado.
Dentre os exemplos está a Bitstamp, que introduziu uma mensalidade de 10 euros (R$ 63,40 no câmbio atual) para contas inativas. A cobrança não durou muito, isso porque a corretora se desculpou com seus clientes no mês seguinte devido às reclamações, cancelando a mudança anterior.
Outro exemplo famoso é o da Nicehash, usada por mineradores, com uma taxa de inatividade na casa de 0,0001 Bitcoin (R$ 60,80 na cotação atual). Ao contrário da Bitstamp, a empresa manteve às cobranças mesmo sendo criticada pela comunidade.
Seja como for, esses dois casos apontavam para uma taxa fixa. Já no caso da Alby, a cobrança não parece ser de uma taxa, mas sim uma forma de liquidar todos os ativos de seus clientes.
Fonte: Carteira de Bitcoin começa a cobrar ‘taxa de inatividade’ de usuários; valores chegam a R$ 172.000
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