A defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, apresentou ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) um pedido de indeferimento da fiança no valor de R$ 2 milhões, estipulada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na denúncia por suspeita de fraude esportiva e estelionato. O jogador é acusado de participar de um suposto esquema de manipulação de apostas esportivas, ao lado de outras oito pessoas, incluindo seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior.
Segundo o MPDFT, a fiança é uma medida cautelar para assegurar que o atleta não prejudique o andamento do processo judicial. O órgão também requer o pagamento de R$ 2 milhões como indenização por danos coletivos, alegando que a conduta dos denunciados representa uma afronta à integridade esportiva, viola o direito do consumidor e contribui para o descrédito do futebol — considerado um patrimônio cultural brasileiro.
Apesar da gravidade das acusações, o Ministério Público optou por não solicitar prisão preventiva de Bruno Henrique, entendendo que a fiança seria suficiente para garantir a colaboração do jogador com a Justiça.
A defesa do atacante, no entanto, rebate a solicitação do MP e argumenta que não há risco de Bruno Henrique se esquivar da Justiça. Os advogados ressaltam que o jogador tem vínculo formal com o Flamengo e cumpre calendário público de compromissos nacionais e internacionais.
“O calendário de partidas nacionais e internacionais é divulgado com antecedência, sendo fácil, inclusive, o acompanhamento online e em tempo real do local em que o clube e, por conseguinte, o Requerido estarão, fator que potencializa a vigilância sobre a sua pessoa”, afirma a defesa no pedido.
“Sempre que há uma grande decisão envolvendo o Flamengo, surgem notícias como essa do Bruno Henrique sendo denunciado. É curioso como o timing dessas coisas me parece sempre estranho.”
🎙️ José Boto, diretor de futebol do Flamengo.
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— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) June 12, 2025
Denúncia contra Bruno Henrique foi apresentada no mesmo dia da convocação para o Mundial
Na última quarta-feira (11), o MPDFT formalizou a denúncia contra Bruno Henrique e os demais envolvidos. De acordo com as investigações, o atacante teria forçado um cartão amarelo em partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, com o objetivo de beneficiar apostas realizadas por seu irmão. Conversas obtidas pela promotoria indicam que Bruno teria avisado com antecedência que seria advertido em campo, e que Wander teria apostado em diversas plataformas com base nessa informação privilegiada.
Além do caso envolvendo o cartão, o MPDFT também determinou novas investigações sobre o possível envolvimento de Bruno Henrique em apostas em corridas de cavalos. Os promotores identificaram mensagens em que o jogador solicita ao irmão uma transferência bancária de R$ 10 mil, mencionando explicitamente o “negócio de cavalo”.
Defesa critica “timing” da denúncia e vê oportunismo
A defesa de Bruno Henrique também contestou o momento em que a denúncia foi apresentada, no mesmo dia em que a FIFA divulgou a lista de inscritos para o Super Mundial de Clubes, da qual o nome do jogador fazia parte.
“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique”, diz a nota assinada pelo advogado Felipe Carvalho.
“Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”
Até o momento, o juiz responsável pelo caso, Fernando Brandini Barbagalo, ainda não se manifestou sobre o recebimento da denúncia ou sobre a decisão em relação à fiança. O Clube de Regatas do Flamengo informou que, por ora, não irá se pronunciar oficialmente sobre o caso.
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