Com “pouso forçado”, sonda japonesa falha em missão na Lua

Pousar na Lua não é fácil, e, pela segunda vez, a ispace percebeu isso. Após perder contato com a sonda Resilience durante sua tentativa de pouso na tarde da última quinta-feira (5), a empresa japonesa privada confirmou que o módulo não cumpriu seu objetivo.

“Queríamos que a Missão 2 fosse um sucesso, mas, infelizmente, não conseguimos pousar”, disse o fundador e CEO da ispace, Takeshi Hakamada, em coletiva de imprensa após a tentativa fracassada de pouso na Lua.

“Como resultado, o módulo de pouso não conseguiu desacelerar o suficiente para atingir a velocidade necessária para o pouso lunar planejado. Após a perda da comunicação com o módulo de pouso, um comando foi enviado para reiniciá-lo, mas a comunicação não pôde ser restabelecida.”, diz um trecho do comunicado da ispace.

Com base nessas circunstâncias, presume-se atualmente que o módulo de pouso provavelmente realizou um pouso forçado na superfície lunar

ispace

Pouso forçado é uma forma de dizer que o módulo caiu na superfície lunar a uma velocidade maior do que o esperado e provavelmente ficou danificado. Como o contato com a sonda não foi retomado, a missão não vai prosseguir.

O lander Resilience, da empresa ispace, do Japão Crédito: ispace

O que vem após a falha?

A missão fracassada não quer dizer que tudo está perdido. A empresa agora trabalha para entender o que pode ter causado o problema, e evitar que isso aconteça em uma possível nova tentativa de uma carga lunar no futuro.

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“Considerando que atualmente não há perspectiva de um pouso lunar bem-sucedido, nossa principal prioridade é analisar rapidamente os dados de telemetria que obtivemos até o momento e trabalhar diligentemente para identificar a causa”, completou Hakamada, em nota.

Ilustração que mostra o passo a passo da missão Resilience
Ilustração que mostra o passo a passo da missão Resilience (Imagem: ispace)

A trajetória da sonda

A trajetória da Resilience começou em janeiro deste ano, quando a SpaceX lançou um Falcon 9 carregando o módulo junto com a sonda privada Blue Ghost, da Firefly Aerospace. Ambas tinham o mesmo destino, mas a segunda pousou com sucesso em 2 de março.

Se o destino era o mesmo e o lançamento ocorreu no mesmo dia, por que a sonda da Firefly chegou antes? Diferentemente da Blue Ghost, a Resilience seguiu uma rota de “baixa transferência de energia” para alcançar a Lua, o que tornou a viagem mais demorada.

Falcon 9 cruzando o céu com a sonda Resilience a bordo
Falcon 9 cruzando o céu com a sonda Resilience a bordo (Imagem: ispace)

A sonda japonesa entrou na órbita lunar há quase um mês, em 6 de maio e pousaria nesta quinta-feira (5).

Ao todo, a nave Resilience levou cinco experimentos. Um deles, o pequeno robô Tenacious, foi projetado para coletar amostras lunares para a NASA. O módulo de pouso também transportou uma obra de arte chamada Moonhouse, criada pelo artista sueco Mikael Genberg.

Esta não é a primeira tentativa da empresa: em 2023, a missão Hakuto-R 1 falhou ao tentar pousar.

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