Como a Bola de Ouro foi criada

Desde a sua criação, como a Bola de Ouro foi criada tem sido uma história envolvente que mistura paixão pelo futebol, influência da imprensa e evolução do esporte. Este prêmio, que hoje é sinônimo de excelência individual no futebol, nasceu com a proposta de reconhecer o talento europeu, mas ganhou importância global ao longo do tempo.

Neste artigo, você vai descobrir quem inventou a Bola de Ouro, qual era seu propósito original, como ela se transformou e por que continua sendo relevante até hoje. Prepare-se para entender toda a trajetória de um dos prêmios mais prestigiados do esporte.

Como surgiu a ideia de criar a Bola de Ouro?

A Bola de Ouro foi idealizada em 1956 por Gabriel Hanot e Jacques Ferran, jornalistas da revista francesa France Football. Eles queriam premiar o desempenho individual, valorizando o futebol como arte e habilidade. O primeiro troféu foi entregue ao inglês Stanley Matthews. O nome “Ballon d’Or” fazia referência ao formato esférico e dourado do prêmio, que simbolizava prestígio e técnica refinada.

A proposta nasceu em um momento em que o futebol europeu passava por uma fase de organização internacional, e os jornalistas acreditavam que o reconhecimento a jogadores individuais poderia contribuir para popularizar o esporte como espetáculo global.

Como a Bola de Ouro foi criada
Stanley Matthews e seus companheiros – Fonte: Wikimedia commons

Por que o prêmio era inicialmente restrito à Europa?

No início, a Bola de Ouro premiava exclusivamente jogadores europeus que atuassem em clubes do continente. Mesmo grandes craques de fora da Europa — como Pelé e Garrincha — ficaram de fora da premiação por causa dessa regra. A justificativa era manter a avaliação mais objetiva e prática, dado que o alcance midiático e os jogos fora da Europa eram menos acessíveis.

Esse critério durou até 1994, o que torna a maioria dos primeiros vencedores representantes do futebol europeu. Apesar disso, jogadores naturalizados europeus, como Di Stéfano (nascido na Argentina), conseguiram vencer.

Quando e por que a France Football expandiu o prêmio globalmente?

Em 1995, a revista France Football decidiu romper com a limitação geográfica. Com isso, George Weah, nascido na Libéria, tornou-se o primeiro não europeu a conquistar o prêmio. Ele atuava no AC Milan, um clube europeu, mas sua nacionalidade marcou uma virada no perfil dos vencedores.

A decisão veio em um momento em que o futebol já era um fenômeno verdadeiramente global. Atletas de diferentes continentes já tinham visibilidade, e a exclusividade europeia soava cada vez mais anacrônica. A mudança foi bem recebida e abriu portas para o domínio posterior de estrelas como Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Messi e outros.

Como funcionava a votação e quem escolhia os vencedores?

Nos primeiros anos, apenas jornalistas da Europa votavam. Cada um escolhia cinco jogadores, distribuindo pontuações de 5 a 1. O jogador com maior soma de pontos ganhava. Esse formato durou até 2009. Com a parceria com a FIFA em 2010, a votação passou a incluir técnicos e capitães de seleções, ampliando a base de avaliação.

Em 2016, com o fim da parceria entre a FIFA e a France Football, a votação voltou a ser exclusiva da imprensa esportiva internacional, embora agora com representantes de países ao redor do mundo. Essa alternância de formatos sempre gerou debates, mas manteve o foco na performance individual durante a temporada.

O que mudou durante a parceria com a FIFA?

Entre 2010 e 2015, a Bola de Ouro passou a ser organizada em conjunto com a FIFA, recebendo o nome oficial de “FIFA Ballon d’Or”. A fusão buscava unificar os dois prêmios de melhor do mundo existentes até então: a Bola de Ouro da France Football e o FIFA World Player.

Durante esse período, o prêmio teve alcance ainda maior, com transmissões televisivas globais e uma cerimônia de gala mais próxima dos moldes do Oscar. No entanto, a parceria foi desfeita em 2016, quando divergências sobre controle editorial e critérios de avaliação levaram a France Football a retomar o prêmio de forma independente.

Quando chegou a vez das jogadoras do futebol feminino?

Em 2018, a France Football instituiu a Bola de Ouro Feminina, reconhecendo oficialmente as melhores jogadoras do mundo. A primeira vencedora foi a norueguesa Ada Hegerberg. A inclusão representou um marco para o futebol feminino, que vinha crescendo em visibilidade e profissionalismo.

Desde então, nomes como Megan Rapinoe e Alexia Putellas também foram reconhecidos. A decisão foi celebrada como um avanço na equidade de gênero no esporte, acompanhando o fortalecimento de ligas femininas e o aumento de público em grandes competições internacionais.

Qual é o legado da Bola de Ouro para o futebol?

O legado da Bola de Ouro vai além do troféu entregue. Ela representa a consagração individual em um esporte coletivo, reforçando o valor do talento, da regularidade e da influência decisiva em campo. O prêmio também ajuda a criar narrativas que ultrapassam o campo de jogo, influenciando campanhas publicitárias, contratos e até decisões de mercado.

Grandes vencedores como Johan Cruyff, Michel Platini, Zinedine Zidane, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo tiveram suas carreiras eternizadas em parte pelo reconhecimento da Bola de Ouro. A premiação também serve como termômetro histórico da evolução tática e estética do futebol.

Como a premiação evoluiu nos critérios e votação?

Ao longo das décadas, os critérios da Bola de Ouro foram ajustados para refletir melhor as mudanças no esporte. Em 2021, a France Football alterou o calendário de avaliação: em vez de considerar o ano civil, passou a observar o desempenho na temporada europeia (de agosto a julho), o que favorece análises mais coerentes com o calendário esportivo real.

Outras mudanças envolvem o número de jurados por país e a orientação para que os votantes considerem não apenas estatísticas, mas também influência individual e espírito esportivo. Assim, o prêmio busca combinar dados e subjetividade em sua escolha.

Que mistérios e controvérsias ainda cercam o prêmio?

A Bola de Ouro já foi alvo de diversas polêmicas. Alguns jogadores considerados favoritos acabaram preteridos, gerando reações intensas da mídia e do público. Um dos maiores debates gira em torno da temporada de 2020, quando a premiação foi cancelada pela pandemia — apesar de muitos acreditarem que Robert Lewandowski merecia o título.

Além disso, o peso de fatores como popularidade, carisma e influência fora de campo sempre foi questionado. Há quem critique o foco excessivo em atacantes, com poucos prêmios dados a zagueiros ou goleiros — exceções notáveis incluem Fabio Cannavaro (2006) e Lev Yashin (1963).

Qual será o futuro da Bola de Ouro?

Com a expansão da cobertura esportiva e o crescimento das categorias femininas, o prêmio tende a se diversificar ainda mais. Discussões sobre o uso de inteligência artificial para análise de desempenho, a criação de prêmios por posição e a integração de critérios técnicos objetivos ao julgamento estão ganhando espaço.

Além disso, a Bola de Ouro pode seguir como um instrumento importante de valorização de atletas em países menos midiáticos. Sua relevância global e o prestígio acumulado ao longo dos anos garantem que continuará como uma referência incontornável no futebol.

O que aprendemos sobre como a Bola de Ouro foi criada?

A trajetória de como a Bola de Ouro foi criada mostra como um simples troféu pode se tornar um símbolo universal de excelência esportiva. A iniciativa de dois jornalistas franceses se transformou em uma tradição que consagra os maiores ídolos do futebol mundial.

Mais do que um prêmio individual, a Bola de Ouro ajuda a contar a história do futebol por meio de seus protagonistas. Sua criação marcou o início de uma era em que a genialidade individual passou a ser celebrada, documentada e reconhecida por gerações.

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