Como a IA pode evitar quedas de pontes e viadutos

O aumento médio das temperaturas do planeta é um dos efeitos mais claros das mudanças climáticas e pode gerar uma série de graves prejuízos. Entre eles está o risco cada vez maior de desabamento de pontes ao redor do mundo (clique aqui para saber mais sobre o assunto).

Neste cenário, o aumento do monitoramento destas estruturas é fundamental. E é neste ponto que a inteligência artificial surge como uma ferramenta importante na prevenção destes desastres, evitando perdas financeiras e de vidas.

IA pode ser utilizada para evitar desabamento de pontes e viadutos (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Muitas estruturas estão em situação precária no Brasil

  • O cenário é preocupante em todo o mundo, mas ainda mais no Brasil.
  • Por aqui, segundo a Confederação Nacional do Transporte, mais de 60% de toda a carga transportada no país circula por rodovias.
  • Essa dependência exige que a malha viária esteja em boas condições.
  • No entanto, cerca de 70% das pontes e viadutos existentes no país foram construídas há mais de 40 anos, como revela um estudo realizado de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá.
  • Considerando que a vida útil projetada de uma ponte, conforme a norma brasileira ABNT NBR 6118, é de 50 anos, muitas dessas infraestruturas estão próximas ou já ultrapassaram esse limite.
  • Isso evidencia a necessidade de inspeções periódicas, o que nem sempre é uma realidade.

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Ponte que desabou em Manaus em 2022 evidencia precariedade de algumas estruturas (Imagem: guentermanaus/Shutterstock)

Modelo digital tridimensional da estrutura é criado

Em artigo publicado no The Conversation, José Guilherme Porto Oliveira e Elisa Dominguez Sotelino, ambos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), propuseram uma nova abordagem para enfrentar este desafio.

Eles utilizaram modelos numéricos, IA e ferramentas de Modelagem da Informação da Construção (BIM) para criar um fluxo de trabalho capaz de diagnosticar precocemente danos estruturais. Ao invés de depender apenas de inspeções visuais, o método recorre a testes de vibração e simulações para prever com precisão o comportamento da estrutura danificada e embasar decisões de manutenção.

O processo começa com a realização de testes de vibração em campo. A partir de dados como frequências naturais e formas de vibração, é construído um modelo numérico da ponte, ajustado para representar seu comportamento real. Em seguida, esse modelo é usado para simular diferentes cenários de dano, gerando uma robusta base de dados, usada para treinar redes neurais artificiais.

Artigo publicado no The Conversation

Cérebro com os dizeres "AI" dentro
Tecnologia consegue identificar a localização e a severidade dos danos com mais de 90% de precisão (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Segundo os especialistas, o diferencial desta proposta é a integração entre tecnologias. As redes neurais treinadas com os dados simulados conseguem identificar a localização e a severidade dos danos com mais de 90% de precisão.

Estas informações são integradas a um modelo digital tridimensional da estrutura e o resultado reflete a condição atualizada da ponte. Nele são armazenados dados de projeto, inspeções, intervenções anteriores e diagnósticos automatizados, o que facilita a tomada de decisão pelos gestores, evitando situações extremas, como a queda da estrutura.

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