Como sono pode afetar o desenvolvimento cognitivo de adolescentes?

Na adolescência, o padrão de sono das pessoas tende a mudar, o que inclui ir para a cama mais tarde e dormir menos. Mesmo essa sendo uma fase muito importante do desenvolvimento cerebral, pouco ainda se sabe sobre o sono durante a adolescência.

Mas recentemente cientistas descobriram que adolescentes que dormem mais contam com melhores funções cerebrais e se saem melhor em testes cognitivos.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Fudan, na China, e publicado na revista Cell Reports em abril deste ano.

Os pesquisadores observaram o padrão de sono com dados coletados de 3.200 adolescentes entre 11 e 12 anos que receberam smartwatches para o monitoramento. Eles também analisaram informações de pessoas entre 13 e 14 anos, que totalizaram 1.190 participantes.

Maior tempo de sono na adolescência foi associado a melhor desenvolvimento de atividades cognitivas (Imagem: More Than Production/Shutterstock)

O grupo 1, composto por 39% dos adolescentes, dormia em média 7 horas e 10 minutos; o grupo 2, com 24% dos participantes, dormia 7 horas e 21 minutos; por fim, o grupo 3, com 37%, dormia 7 horas e 25 minutos.

Em termos de desempenho escolar, os pesquisadores não encontraram diferenças significativas entre os grupos. Mas em testes cognitivos, como vocabulário, leitura, resolução de problemas e foco, o grupo 3 se saiu melhor do que o grupo 2, que, por sua vez, foi melhor do que o 1.

O grupo 3 também apresentou maior volume e melhor funcionamento cerebral. “Embora as diferenças na quantidade de sono que cada grupo teve tenham sido relativamente pequenas – pouco mais de quinze minutos entre os que dormiram melhor e os que dormiram pior – ainda assim pudemos observar diferenças na estrutura e na atividade cerebral, bem como no desempenho em tarefas”, destaca a professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge Barbara Sahakian.

Adolescentes que dormiam menos apresentaram maior frequência cardíaca (Imagem: Pormezz / Shutterstock)

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O estudo também verificou os batimentos cardíacos dos adolescentes e concluiu que o grupo 3 tinha a menor frequência; enquanto o grupo, 1 a maior. Uma menor frequência de batimentos cardíacos pode estar associada a uma melhor qualidade de sono. Já uma frequência maior pode indicar um sono não tão restaurador, com interrupções.

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