Cratera em Marte é “janela” para a história do Planeta Vermelho

Novas observações da missão Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram imagens da peculiar cratera marciana Deuteronilus Cavus. Essa estrutura geológica se formou entre 4,1 e 3,7 bilhões de anos atrás e sua complexidade é um reflexo dos processos que formaram o Planeta Vermelho.

A cratera tem 120 quilômetros de diâmetro e é preenchida por uma mistura de formações rochosas, canais, planícies e mesas — blocos de pedra que resistiram a erosão. Segundo evidências ao redor do local, a depressão se originou por ação vulcânica.

No decorrer do tempo, essa estrutura passou por uma ampliação de seu tamanho devido à ação da água líquida e do gelo. Se comparada às medidas da época de seu surgimento, ela quase dobrou. As evidências para a presença de fluxos de águas estão na borda, onde há sinais de erosão deixados pela passagem do líquido.

Na região da cratera há evidências da presença de canais de água no passado. (Imagem: ESA/DLR/FU Berlin)

A transição entre a beira e o fundo de Deuteronilus Cavus apresenta formações lisas. “Os fluxos arredondados e de topo suave vistos estendendo-se da base da parede da cratera são ‘aventais de detritos’: remanescentes de geleiras cobertas de rocha que provavelmente se formaram quando o clima marciano permitiu que o gelo se acumulasse nas latitudes médias de Marte”, escreveu a agência em um comunicado.

Marcas escuras em Marte

Para além da borda, as rochas são rugosas, o terreno é liso e tem cristas sutis. Essas marcas são evidências de atividade vulcânica e podem indicar o caminho por onde a lava fluiu e depois resfriou, segundo o site IFLScience.

A maior evidência de vulcanismo é a presença de marcas escuras na maior parte do fundo de Deuteronilus Cavus. A análise espectral feita pela equipe da ESA revelou que elas são compostas por cinzas vulcânicas e argila. Esta ultima sugere a existência de um acúmulo de água no local em um passado distante.

Manchas escuras são uma mistura de cinzas com argila em cratera de Marte
Manchas escuras são uma mistura de cinzas com argila. (Imagem: ESA/DLR/FU Berlin)

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A riqueza geológica da cratera poderá servir como um laboratório natural para cientistas que desejam estudar os processos que moldaram o Planeta Vermelho. “A depressão rica em características, Deuteronilus Cavus, nos permite explorar uma série de processos geológicos ao longo da complexa história de Marte”, concluiu a ESA.

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