Mais de um terço dos grandes necrófagos — animais que se alimentam de carniça — está ameaçado ou em declínio, segundo um novo estudo da Universidade de Stanford.
A queda dessas espécies, como abutres, hienas e até alguns tubarões, pode trazer sérios riscos à saúde humana, ao favorecer a disseminação de doenças zoonóticas, como raiva, brucelose e antraz.
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Espécies correndo risco
- Dos 1.376 vertebrados necrófagos analisados, 36% estão em situação preocupante, especialmente os maiores e mais especializados, conhecidos como necrófagos obrigatórios.
- A perda desses “faxineiros naturais” abre espaço para necrófagos menores, como ratos e cães selvagens.
- Porém, são animais menos eficientes e mais propensos a espalhar patógenos.
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Índia já sofreu impactos
Casos reais já ilustram esse impacto: na Índia, o colapso das populações de abutres nos anos 1990 levou a um surto de cães selvagens e ao aumento de 48 mil mortes humanas por raiva em pouco mais de uma década.
Na Etiópia, hienas-malhadas evitam surtos em gado ao consumirem resíduos animais. E na Austrália, o declínio do diabo-da-tasmânia pode aumentar a circulação de doenças transmitidas por carniça.
Além das ameaças comuns à fauna — como perda de habitat, caça ilegal e urbanização — esses animais sofrem com o estigma social de serem “sujos” ou perigosos.
Os pesquisadores defendem políticas de conservação específicas para esse grupo funcional, que exerce papel vital na regulação ecológica e na proteção da saúde pública.

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