O que já era suspeito praticamente se confirmou. Nesta semana, Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por suposta simulação de cartão amarelo. Prints de conversas do jogador com seus familiares apontam para a penalidade em um dos duelos contra o Santos pelo Brasileirão 2023.
A notícia repercutiu país afora, abordada por grandes portais como Marca, Olé, Tyc Sports, El País, Record, entre outros. Mesmo diante do escândalo, o Flamengo adotou uma postura mais comedida e, inclusive, poderá contar com BH na partida diante do Juventude pela terceira rodada da Série A.
Talvez seja um posicionamento impopular, mas vamos lá. No final das contas, Bruno Henrique é mais um efeito colateral do que grande parte do problema, de fato. É simples: a radical transformação do esporte em um negócio (embora seja um processo inevitável, vivemos no capitalismo) em todas as suas instâncias escancaram as portas para o cenário.
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Você, como jogador, vê a oportunidade de beneficiar familiares e amigos com algo tão simples como simular uma falta e não se sente atiçado diante dela?
Ninguém aqui quer passar pano para ilegalidades, veja bem. Mas a partir do momento em que as famosas bets são enfiadas goela abaixo com propagandas irritantes e estampas gigantes nas camisas de nossos times (que, para bem ou mal, pode ajudá-los), elas já são a nossa realidade absoluta.
No Brasil, em especial, não há estruturas para combater esses desvios; tanto legislativas, quanto educacionais. Nem é da nossa cultura repreender com tanto afinco, visto o susto geral com a forma que a Federação Inglesa quis lidar com o caso de Lucas Paquetá. Banir alguém do futebol? Devem estar ficando loucos…
E outra: faz parte, infelizmente. Claro que as bets potencializaram a frequência de ilegalidades em campo, mas elas já existiam. As conhecidas malas brancas e pretas que o digam. Há muitas camadas de reflexão.
Precisamos dificultar a oportunidade e não transformar qualquer ocorrência de jogo em possibilidade de lucrar, por mais tentador que seja. Além de evitar irregularidades, podemos voltar a estar mais próximos de um futebol orgânico sem os engessamentos proporcionados pelas apostas.
E o óbvio, cobrar leis efetivas e medidas de instrução que prezem pelo verdadeiro esporte. De onde vem Bruno Henrique, há muito mais. É um trabalho de enxugar gelo, mas não pode deixar de ser feito.
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