O lançamento do DeepSeek continua dando o que falar. Desde o lançamento da ferramenta, no início deste ano, diversos governos manifestaram preocupações em relação ao uso da tecnologia, com alguns até citando riscos à segurança nacional.
Agora, a agência antitruste da Itália anunciou que abriu uma investigação contra o modelo de inteligência artificial desenvolvido pela China. Segundo as autoridades italianas, a tecnologia não estaria alertando os usuários de que pode produzir informações falsas.
O que dizem as autoridades italianas
O regulador italiano, que também é responsável pelos direitos do consumidor, afirmou que a IA chinesa não deu aos usuários avisos “suficientemente claros, imediatos e inteligíveis” sobre o risco das chamadas “alucinações”.
São consideradas alucinações as respostas dadas pela inteligência artificial que não têm embasamento nos dados usados no treinamento das máquinas. Embora possam ser apresentadas de forma coerente, estas informações apresentam dados incorretos, tendenciosos ou completamente equivocados.

O órgão ainda descreveu “situações em que, em resposta a uma determinada entrada inserida por um usuário, o modelo de IA gera uma ou mais saídas contendo informações imprecisas, enganosas ou inventadas”. A empresa chinesa ainda não se pronunciou sobre a abertura da investigação.
Em fevereiro deste ano, outro órgão de fiscalização italiano, a autoridade de proteção de dados, ordenou que o DeepSeek bloqueasse o acesso ao chatbot por preocupações sobre a política de privacidade. As informações são da Reuters.
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Lançamento do DeepSeek foi um marco
- A IA do DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados surpreendentes.
- O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
- Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
- A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
- Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
- E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
- A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
- Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.
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