Denúncia aponta gestão temerária e favorecimento pessoal na CBF

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues Gomes, e o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ricardo Nonato Macedo de Lima, foram formalmente denunciados à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro por supostas violações graves ao Código de Ética e Conduta da entidade. A denúncia foi apresentada neste sábado (10) pelo vereador carioca Marcos Dias Pereira, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A representação, de mais de 30 páginas, fundamenta-se em reportagens da revista Piauí, do portal PlatôBR e do site LeoDias, além de denúncias anônimas recebidas pelo parlamentar. Segundo o documento, Ednaldo Rodrigues teria utilizado recursos da CBF para custear despesas pessoais e familiares, incluindo hospedagens em hotéis de luxo, passagens aéreas e até serviços de cabeleireiro. Entre os beneficiados estariam esposa, filha, netos, genro, sogra e outros parentes próximos.

Paralelamente, o texto aponta indícios de favorecimento financeiro direto a Ricardo Lima, que é concunhado de Ednaldo e ocupa cargo de confiança na CBF. A denúncia detalha que a remuneração de Lima saltou de R$ 20 mil mensais, em 2021, para R$ 488 mil em fevereiro de 2024, totalizando mais de R$ 3,6 milhões naquele ano. Boa parte desses valores aparece nas fichas financeiras da CBF sob a rubrica “pagamentos autônomos”, sem justificativa clara.

O vereador sustenta que as práticas configuram uso indevido do cargo, gestão temerária, conflito de interesses, quebra da isonomia entre federações e falta de transparência. Entre os pedidos feitos à Comissão de Ética, estão o afastamento cautelar de Ednaldo e Ricardo Lima, a suspensão de pagamentos, abertura de investigação independente, auditoria externa e possível restituição de valores considerados indevidos.

A CBF, em respostas anteriores às reportagens citadas, negou irregularidades e afirmou que seus atos estão em conformidade com o estatuto da entidade. No entanto, a denúncia argumenta que tais declarações foram genéricas e não enfrentaram os pontos específicos levantados.

O documento destaca ainda que, embora não busque responsabilização criminal — reservada à Justiça comum —, a gravidade dos fatos exige providências imediatas no âmbito ético, com base na versão de 2017 do Código de Ética do Futebol Brasileiro e na Lei Geral do Esporte.

A Comissão de Ética da CBF ainda não se manifestou oficialmente sobre o recebimento ou andamento da denúncia.

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