Dinossauro recém-descoberto muda tudo o que se sabe sobre a evolução do tiranossauro

Um artigo publicado nesta quarta-feira (11) na revista Nature apresenta uma descoberta que pode mudar tudo o que se sabia sobre a origem dos tiranossauros. Pesquisadores identificaram uma nova espécie de dinossauro na Mongólia, batizada de Khankhuuluu mongoliensis, que significa “príncipe dragão”.

Esse animal, que viveu há cerca de 85 milhões de anos, pode ser o parente mais próximo conhecido do famoso (e temido) Tyrannosaurus rex.

Segundo o estudo, o Khankhuuluu era bem menor que seus descendentes gigantes. Tinha cerca de quatro metros de comprimento, dois metros de altura nos quadris e pesava em torno de 750 kg. Fósseis da espécie foram encontrados em camadas de rocha do período Cretáceo Superior. Segundo os cientistas, ele representa um ponto-chave na evolução dos tiranossauros, revelando como os primeiros membros do grupo migraram da Ásia para a América do Norte.

Esqueleto de um dinossauro Khankhuuluu mongoliensis. Crédito: Jared Voris

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Dois grupos de dinossauros evoluíram de migrações

Muitos imaginam os tiranossauros apenas como predadores enormes. No entanto, o registro fóssil mostra que existiram também espécies menores, como os chamados “Pinóquios rex”, que tinham focinhos longos e finos. Esses pequenos tiranossauros surgiram após uma linhagem do grupo viajar de volta da América do Norte para a Ásia, há cerca de 78 milhões de anos.

Com o tempo, dois grupos diferentes evoluíram a partir dessas migrações. Um permaneceu pequeno e leve, como os alioramins (os “Pinóquios rex”). O outro ficou muito maior, dando origem aos gigantes como o Tarbosaurus. Foi só milhões de anos depois que um desses dinossauros grandes retornou à América do Norte e evoluiu para o T. rex, o predador mais famoso da era dos dinossauros.

Darla Zelenitsky, professora associada de paleontologia e principal pesquisadora de dinossauros do Departamento de Geociências da Universidade de Calgary, e Jared Voris, pós-doutorando, autores do estudo sobre a evolução do tiranossauro. Crédito: Universidade de Calgary

Antes da descoberta do Khankhuuluu, acreditava-se que os dinossauros menores eram formas mais primitivas dos tiranossauros. Mas o novo estudo revela que, na verdade, esses pequenos carnívoros eram espécies altamente especializadas e modernas, apesar do tamanho reduzido. Eles não deram origem aos gigantes – eram seus primos evoluídos.

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“Príncipe Dragão”: elo perdido entre espécies pequenas e os grandes tiranossauros

Darla Zelenitsky, palentóloga da Universidade de Calgary, no Canadá, e coautora do estudo, explica que o Khankhuuluu funciona como um elo perdido entre espécies pequenas e os grandes tiranossauros. Ele ajuda a entender como essas criaturas evoluíram, cresceram e migraram. Segundo ela, isso obrigou os cientistas a reorganizar a árvore genealógica do grupo.

O dinossauro Khankhuuluu mongoliensis é um “elo perdido” entre pequenos e grandes tiranossauros. Crédito: Jared Voris

“É como o caso dos hipopótamos de hoje”, disse Zelenitsky em entrevista ao site IFLScience. “Os pigmeus parecem mais primitivos, mas na verdade são parentes diretos dos hipopótamos grandes.” A descoberta do Khankhuuluu, portanto, não só acrescenta uma nova espécie ao catálogo dos dinossauros, como corrige equívocos importantes sobre sua evolução.

A pesquisa reforça que a história dos tiranossauros é mais complexa do que se pensava – e que ainda há muito a descobrir sobre os caminhos percorridos por esses predadores do passado.

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