Ednaldo Rodrigues desiste de reassumir presidência da CBF

O ex-presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, protocolou nesta segunda-feira (20) uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) abrindo mão de tentar retornar ao comando da entidade máxima do futebol brasileiro. O documento foi apresentado após seu recente afastamento determinado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), encerrando uma das mais turbulentas disputas de poder na história da Confederação Brasileira de Futebol.

Segundo a defesa, Ednaldo tomou a decisão por entender que os desdobramentos do caso afetaram sua vida pessoal e familiar, especialmente após denúncias envolvendo a suposta falsificação de assinatura em um acordo firmado entre ele e opositores da CBF. Na petição, o dirigente reafirmou seu respeito às instituições e à Justiça:

“Este gesto, sereno e consciente, representa o esforço do Peticionário em deixar para trás este último ato do litígio, rejeitar narrativas que ferem sua honra e de sua família, e reafirmar, diante dessa Suprema Corte, como sempre fez, seu compromisso com o respeito à Justiça, à verdade dos fatos e à estabilidade institucional da Confederação Brasileira de Futebol (…) Declara que, em relação às novas eleições convocadas pelo interventor, não está concorrendo a qualquer cargo ou apoiando qualquer candidato, desejando sucesso e boa sorte àqueles que vão assumir a gestão do futebol brasileiro”, disse Ednaldo.

Crise política na CBF: entenda o caso

A crise teve início em dezembro de 2023, quando Ednaldo foi afastado da presidência da CBF por decisão judicial, que apontou irregularidades na eleição de 2022. Em janeiro de 2024, ele chegou a ser reconduzido ao cargo por liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que argumentou sobre os riscos de sanções esportivas ao Brasil caso a CBF fosse comandada por uma gestão não reconhecida pela Fifa e Conmebol.

O imbróglio jurídico ganhou novo capítulo com uma denúncia de falsificação da assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da CBF e um dos signatários de um acordo judicial homologado no STF em fevereiro, que previa o fim das disputas sobre o pleito de 2022. Após a denúncia, a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e o vice-presidente Fernando Sarney apresentaram pedidos de afastamento de Ednaldo.

Embora o STF tenha inicialmente negado os pedidos, determinou uma investigação aprofundada sobre o caso. O Coronel Nunes, diagnosticado com câncer cerebral e apresentando comprometimentos cognitivos, não compareceu à audiência marcada, nem por videoconferência, o que acabou por motivar novo afastamento de Ednaldo pelo TJ-RJ.

Sarney marca nova eleição e Ancelotti assume Seleção Brasileira

Com Ednaldo fora do cargo, Fernando Sarney, então vice-presidente, assumiu como interventor da CBF e marcou eleições para o dia 25 de maio. O único candidato será Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, que ainda nem iniciou seu mandato estadual – previsto apenas para 2027 – mas que deve assumir o comando do futebol nacional.

Mesmo em meio à instabilidade política, a CBF anunciou a chegada do técnico Carlo Ancelotti, que substitui Dorival Júnior após maus resultados à frente da Seleção. O italiano, multicampeão na Europa, minimizou a turbulência institucional e reafirmou seu compromisso com a entidade:

“O meu contrato é com a CBF, não com dirigentes. Estou pronto para esse desafio”, disse Ancelotti.

O novo treinador fará sua primeira convocação oficial já na próxima segunda-feira (27) e comandará o Brasil nos compromissos da Data Fifa de junho, contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.


O post Ednaldo Rodrigues desiste de reassumir presidência da CBF apareceu primeiro em Sportbuzz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima