Entramos em uma nova era da energia nuclear – mas com uma diferença

Com o avanço da inteligência artificial e o aumento da demanda energética — especialmente impulsionada pelos data centers de grandes empresas de tecnologia como Microsoft e Amazon — a energia nuclear está passando por um processo de revitalização. E a IA pode ter um papel central nesse novo capítulo, como mostra o portal The Wall Street Journal.

O Laboratório Nacional Argonne, do Departamento de Energia dos EUA, desenvolveu uma ferramenta inovadora chamada PRO-AID (Operador de Raciocínio Livre de Parâmetros para Identificação e Diagnóstico Automatizados).

Usando IA generativa e modelos de linguagem, o sistema é capaz de monitorar e diagnosticar o funcionamento de usinas nucleares em tempo real, imitando o raciocínio de operadores humanos para detectar e explicar falhas ou irregularidades.

Necessidade de modernização das usinas

Segundo o engenheiro Richard Vilim, da divisão de engenharia nuclear do Argonne, essa tecnologia é especialmente relevante porque a maioria das usinas nucleares dos EUA foi construída há mais de 30 anos e opera com sistemas tecnologicamente defasados.

Com uma média de idade de 42 anos, os 94 reatores em funcionamento ainda são responsáveis por cerca de 20% da eletricidade do país, mas muitos enfrentam desafios relacionados à modernização e à escassez de mão de obra qualificada.

Ferramenta que usa IA generativa vai monitorar e diagnosticar o funcionamento de usinas nucleares em tempo real (Imagem: Reprodução/PxHere)

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Como o PRO-AID ajudará

  • O PRO-AID pode ajudar a reduzir a necessidade de pessoal nas usinas, tornando a operação mais eficiente — o que é essencial diante da aposentadoria de técnicos experientes.
  • A ferramenta ainda não foi implementada em usinas comerciais, mas pode ser licenciada por empresas de tecnologia e fornecedores do setor.
  • Apesar do potencial, a adoção em usinas antigas enfrenta barreiras, como o alto custo de atualização e o impacto de desligamentos prolongados durante a instalação.

Ainda assim, empresas da nova geração nuclear, como a TerraPower (fundada por Bill Gates) e a Oklo (apoiada por Sam Altman, da OpenAI), já utilizam IA para acelerar projetos e simulações de reatores.

Essas startups têm adotado abordagens digitais desde o início, integrando a IA desde a concepção até a modelagem e otimização dos sistemas.

Para analistas e especialistas, o uso de inteligência artificial representa um grande avanço para o setor nuclear, embora sua implementação total ainda leve tempo.

Como destacou Jacob DeWitte, CEO da Oklo: “A IA é um grande acelerador de produtividade — mas a energia nuclear ainda está apenas no começo dessa transformação.”

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Ferramentas como o PRO-AID prometem mais eficiência e segurança, mas a adoção em larga escala ainda enfrenta desafios – Imagem: Christian Schwier/Shutterstock

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