A Justiça americana condenou Alexander Mashinsky, fundador da Celsius, a 12 anos de prisão nesta quinta-feira (8) por fraude e manipulação de mercado. O executivo já havia se declarado culpado em audiência realizada em dezembro de 2024.
O texto aponta que a Celsius se tornou uma das maiores plataformas de criptomoedas do mundo em 2021, data em que o Bitcoin e outras moedas passavam por um grande ciclo de alta.
Em suma, o projeto oferecia retornos aos seus clientes, afirmando que os retornos eram gerados para empréstimos para terceiros. No entanto, o negócio não era sustentável como dito por seus executivos e se tornou insolvente, deixando um prejuízo de bilhões de dólares para seus usuários.
Justiça americana aponta que Celsius usou dinheiro de seus clientes para manipular o preço de sua criptomoeda homônima
Em seu ápice, a criptomoeda Celsius (CEL) atingiu um valor de mercado de US$ 1,9 bilhão, valor que a deixaria entre as 50 maiores atualmente. No entanto, o Departamento de Justiça dos EUA aponta que os executivos da Celsius manipularam o preço do token.
“Eles manipularam o preço do CEL gastando centenas de milhões na compra do token no mercado aberto para inflar artificialmente seu valor. Em certos momentos, usaram depósitos de clientes para financiar essas compras no mercado, sem revelar isso aos clientes.”
Além de Alexander Mashinsky, fundador da Celsius, outros executivos como Roni Cohen-Pavon também fizeram compras ilegais no mercado com a intenção de inflar o preço da CEL.
Somado a isso, Mashinsky teria vendido seus próprios tokens no mercado para lucrar com a operação. A Justiça americana aponta que o executivo lucrou US$ 48 milhões com essas vendas.
“Ele afirmava publicamente que não estava vendendo CEL, enquanto, na verdade, vendia grandes quantidades, às vezes para a própria Celsius”, destacou a Justiça americana.
No total, o golpe deixou um prejuízo de US$ 4,7 bilhões (R$ 26,5 bilhões, no câmbio atual) para seus clientes. Mesmo após travar os saques, no dia 12 de junho de 2022, Mashinsky continuou realizando vendas do token CEL.
“Alexander Mashinsky mirou nos investidores de varejo com promessas de que manteria seus ‘ativos digitais’ mais seguros do que em um banco, quando, na verdade, usou esses ativos para fazer apostas arriscadas e enriquecer às custas deles”, declarou o procurador americano Jay Clayton.
“No fim, Mashinsky lucrou dezenas de milhões de dólares, enquanto seus clientes perderam bilhões.”
Mashinsky é condenado a 12 anos de prisão
A Celsius abriu um processo de falência no dia 13 de julho de 2022, cerca de um mês após travar os saques. Isso poderia ser uma estratégia para evitar processos dos clientes.
No entanto, seu fundador Alexander Mashinsky não escapou. Após ser processado por fraude, o executivo foi condenado nesta quinta-feira (8) a 12 anos de prisão.
“Alexander Mashinsky, fundador e ex-CEO da Celsius Network LLC e de suas entidades afiliadas (coletivamente, “Celsius”), foi condenado a 12 anos de prisão por cometer fraudes com commodities e valores mobiliários na Celsius.”
Somado a essa pena, Mashinsky foi multado em US$ 50.000, bem como à devolução de US$ 48,4 milhões.
Como comparação, Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, foi condenado a 25 anos de prisão por um esquema semelhante, ao se apossar dos depósitos dos clientes para realizar investimentos em outros ativos.
Fonte: EUA condenam fundador da Celsius a 12 anos de prisão
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