Um artigo publicado na terça-feira (20) na revista Nature Astronomy traz informações surpreendentes sobre o maior planeta do Sistema Solar. O estudo revela como Júpiter influenciou a formação dos outros planetas, agindo como um verdadeiro “arquiteto” cósmico ao moldar suas órbitas e reorganizar o disco de gás e poeira ao redor do Sol.
A pesquisa foi conduzida pelos cientistas Konstantin Batygin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e Fred Adams, da Universidade de Michigan, ambos nos EUA. Eles analisaram como Júpiter era cerca de 3,8 milhões de anos após o surgimento dos primeiros materiais sólidos no espaço em torno do Sol, em um momento em que a chamada nebulosa protoplanetária estava desaparecendo.
Segundo os cálculos, Júpiter tinha aproximadamente o dobro do raio atual e ocupava um volume equivalente a mais de duas mil Terras. Além disso, seu campo magnético era cerca de 50 vezes mais forte do que é hoje, indicando que o planeta já era extremamente ativo mesmo nos estágios iniciais do Sistema Solar.
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Passado de Júpiter pode ajudar a compreender a história do Sistema Solar
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores estudaram duas pequenas luas que orbitam muito perto o gigante gasoso: Amalteia e Tebe. As órbitas levemente inclinadas dessas luas revelaram pistas importantes sobre o tamanho e as condições do planeta na época, ajudando a reconstruir sua aparência há bilhões de anos.
Segundo a pesquisa, mesmo com o passar de 4,5 bilhões de anos, ainda é possível encontrar sinais claros das características primitivas de Júpiter. Em um comunicado, Adams destacou o quanto é impressionante conseguir reunir dados tão antigos com base nas movimentações atuais das pequenas luas do planeta.

Diferentemente de estudos anteriores, esta nova hipótese não depende de suposições difíceis de comprovar, como a quantidade de gás no ambiente ou a massa do núcleo. Os autores usaram medidas diretas relacionadas à rotação de Júpiter e ao comportamento de seus satélites naturais, o que torna os resultados mais confiáveis.
Essas descobertas reforçam a teoria de que grandes planetas como Júpiter se formam a partir de um núcleo sólido que atrai gás ao seu redor, num processo conhecido como acreção. O estudo adiciona dados mais precisos sobre o tamanho e o campo magnético do planeta nesse estágio inicial de desenvolvimento.
Para Batygin, entender melhor o passado de Júpiter é essencial para reconstruir a história do Sistema Solar como um todo. Segundo ele, a pesquisa estabelece uma referência importante para os cientistas que tentam descobrir como tudo começou.
O post Júpiter já foi duas vezes maior e ajudou a moldar o Sistema Solar, diz estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.