Listras no fundo do mar denunciam as inversões magnéticas da Terra

Em média, a cada 200 mil a 300 mil anos, os polos magnéticos do nosso planeta se invertem: o norte vira sul, e o sul, norte. A última inversão completa aconteceu há cerca de 780 mil anos. Embora esse intervalo pareça indicar que estamos “atrasados”, especialistas afirmam que não há sinal de uma nova inversão iminente.

Mas, como sabemos que essas reversões realmente aconteceram? A resposta está escondida no fundo dos oceanos. Cordilheiras submarinas, chamadas dorsais meso-oceânicas, registram essas mudanças em formações rochosas que lembram “listras de zebra”. Essas faixas magnéticas são a chave para entender a história do campo geomagnético da Terra.

Resumidamente:

  • Inversões: Os polos magnéticos da Terra já se inverteram várias vezes, mas não há sinal de uma nova reversão;
  • Registros: Rochas no fundo do mar guardam faixas magnéticas que mostram essas inversões;
  • Evidência: As “listras de zebra” confirmam a expansão do fundo oceânico e o movimento das placas tectônicas.
Diagrama do fundo do mar se espalhando em uma dorsal meso-oceânica, mostrando a formação de listras magnéticas. Crédito: Chmee2 via Wikimedia Commons (domínio público)

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Essas cordilheiras marinhas são locais onde duas placas tectônicas se afastam. Entre elas, o magma sobe do interior da Terra, esfria e se solidifica, formando nova crosta oceânica. Segundo o site IFLScience, esse processo contínuo é conhecido como expansão do fundo do mar.

No magma, há cristais de magnetita – um mineral sensível ao campo magnético. Quando a lava esfria, os cristais se alinham à direção do campo naquele momento. Se o campo estava na orientação “normal”, eles apontam para o atual norte magnético. Se já havia ocorrido uma reversão, os cristais ficam orientados ao contrário.

Com o passar do tempo, essas camadas vão se acumulando e formando faixas alternadas de orientação magnética oposta. Essas são as “listras de zebra”. Elas não podem ser vistas a olho nu, mas são detectadas por instrumentos que medem o magnetismo das rochas do fundo do mar.

campo magnetico da terra
Diagrama mostra os polos magnéticos da Terra. Crédito: BlueRingMedia – Shutterstock

Descoberta de padrões dos polos magnéticos reforçou a teoria tectônica

Nos anos 1960, cientistas começaram a mapear essas listras arrastando sensores magnéticos por navios. Os padrões simétricos encontrados em ambos os lados das dorsais oceânicas confirmaram a formação constante de crosta oceânica – uma evidência fundamental para a teoria das placas tectônicas.

Além de comprovar a movimentação das placas, essas listras ajudam a datar o fundo do mar e calcular a taxa de sua expansão. Comparando os padrões magnéticos com a linha do tempo das inversões registradas em rochas da superfície, os cientistas reconstruíram parte da história geológica do planeta.

Essas faixas magnéticas submarinas são, portanto, registros naturais da dinâmica interna da Terra.

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