O braço de ferro entre a Apple e o governo dos Estados Unidos continua. O presidente Donald Trump aumentou a pressão para que a empresa passe a fabricar os iPhones no país e até ameaçou aplicar uma taxa de 25% se isso não acontecer.
A big tech se recusou a comentar sobre as mais recentes declarações. No entanto, analistas afirmam que ela parece estar disposta a manter o plano confirmado no início deste mês: transferir a produção da China para a Índia, o que desagrada a Casa Branca.
Pressão sobre a Apple está aumentando
- A Apple foi uma das empresas afetadas pelo tarifaço de Trump.
- Isso porque boa parte da cadeia de produção está na China.
- Com as tarifas, o republicano esperava que as empresas decidissem transferir a produção de volta aos EUA, impulsionando a companhia doméstica.
- A fabricante do iPhone, entretanto, decidiu fazer diferente.
- A big tech optou por priorizar a produção em território indiano, país que também foi tarifado pela Casa Branca, mas em um grau menor do que a China.
- No entanto, na semana passada, Trump revelou que se encontrou com Tim Cook, CEO da empresa, e pediu que ele parasse a fabricação por lá, priorizando os Estados Unidos.
- Apesar do cenário incerto, a companhia provavelmente tem um tempo para definir o seu futuro.
- Acontece que EUA e China acordaram uma trégua de 90 dias, mantendo apenas as tarifas recíprocas para que novos acordos sejam negociados.
- Mas com certeza a pressão sobre a Apple não vai diminuir.
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Transferir produção para os EUA não está nos planos
Não se tem certeza do caminho que será seguido pela Apple, mas analistas ouvidos pela CNBC apresentam algumas hipóteses. A primeira delas é que a empresa tente chegar a um acordo com o governo dos Estados Unidos.
Outra opção seria contestar as tarifas de 25% na Justiça, o que colocaria ainda mais lenha na fogueira. De qualquer forma, os especialistas acreditam que levar a produção do iPhone para o território norte-americano não é algo viável e nem mesmo estudado pela big tech.
Em termos de lucratividade, é muito melhor para a Apple sofrer o impacto de uma tarifa de 25% sobre os iPhones vendidos no mercado dos EUA do que mover as linhas de montagem do iPhone de volta para os EUA.
Ming-Chi Kuo, analista da cadeia de suprimentos da Apple

Já o analista da empresa de serviços financeiros UBS, David Vogt, lembra de um desafio adicional da Apple caso atenda aos pedidos de Trump. Transferir as cadeias de suprimentos e fábricas é um processo que pode levar anos, incluindo a instalação de equipamentos e a contratação de pessoal.
Por isso, ele acredita que é difícil que uma empresa deste tamanho decida trilhar este caminho. Por fim, todos estes esforços podem ser em vão caso a guerra comercial seja resolvida ou quando houver uma mudança de postura ou até mesmo do governo dos EUA.
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