O fundo do mar abriga grandes quantidades de metais valiosos para a nossa economia. Não é por acaso que muitos governantes sonham em poder explorar estes recursos. Mas a questão ambiental sempre freou esta possibilidade.
A mineração em alto mar é proibida em águas internacionais desde 1982. No entanto, o governo dos Estados Unidos está disposto a reverter esta tendência, se mostrando favorável a concessão de licenças para empresas norte-americanas.
Valor comercial na ordem de trilhões de dólares
- O objetivo é aspirar rochas contendo cobalto, níquel, cobre e manganês, elementos usados em baterias de veículos elétricos, smartphones, dispositivos médicos e hardware de inteligência artificial.
- A região mais valiosa fica no Oceano Pacífico, entre o Havaí e o México, e é conhecida como Zona Clarion-Clipperton.
- Uma análise de 2024 da consultoria Arthur D. Little apontou o valor comercial potencial dos minerais submarinos em US$ 20 trilhões (mais de R$ 113 trilhões).
- Mas há um obstáculo: a presença da vida marinha nestes locais.
- Segundo pesquisadores, cerca de 90% das criaturas que habitam áreas ricas em minérios são novas espécies.
- As informações são do The Wall Street Journal.
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Impactos ambientais da mineração são incalculáveis
Embora as pesquisas sobre os impactos ecológicos da mineração em alto mar sejam limitadas, estudos apontam que ela pode causar sérios prejuízos à vida marinha. Alguns animais podem ser esmagados pelas máquinas ou sufocados pelos sedimentos que são expelidos pelas atividades de mineração.
Além disso, cientistas descobriram que espécies como as águas-vivas também estão em risco. Um dos maiores temores é que o processo de extração simplesmente destrua comunidades inteiras, gerando danos irreversíveis para a vida marinha. Por isso, ambientalistas afirmam que não é possível realizar a mineração do fundo do mar de forma totalmente segura.

Em 2024, 32 países declararam oposição à mineração do fundo do mar, incluindo Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, México, Suécia, Dinamarca e Áustria. A maioria pediu uma pausa preventiva de qualquer operação do tipo até que todos os riscos sejam conhecidos, mas alguns países, incluindo a França, proibiram totalmente a prática. No entanto, algumas decisões favoráveis à exploração, como nos EUA, pode acabar incentivando outros governos a tomarem medidas parecidas.
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