Missão PUNCH, da NASA, registra sua primeira erupção solar

Lançada em 12 de março no topo de um foguete Falcon 9, da SpaceX, a missão PUNCH (sigla em inglês de Polarímetro para Unificar a Coroa e a Heliosfera), da NASA, capturou imagens de uma enorme erupção solar.

Durante um evento de mídia na 246ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Anchorage, Alasca, o cientista Craig DeForest, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste (SwRI), apresentou os primeiros resultados da missão. Ele mostrou imagens de ejeções de massa coronal (CMEs), grandes explosões de partículas vindas do Sol. Essas partículas viajam pelo espaço em altíssima velocidade e podem influenciar diretamente o chamado clima espacial.

Clima espacial impacta a Terra

O clima espacial tem efeitos reais sobre a Terra. As CMEs podem interferir em satélites, sistemas de navegação, comunicações por rádio e até causar falhas em redes elétricas. Também estão por trás de fenômenos como as auroras, luzes coloridas que aparecem nos céus das regiões próximas aos polos norte (boreal) e sul (austral).

A missão PUNCH busca entender como as partículas deixam o Sol e se transformam no vento solar, uma corrente constante que atravessa o Sistema Solar. Por meio dela, os cientistas esperam prever com mais precisão quando esses eventos vão atingir a Terra e quais riscos podem causar.

A estrutura da missão conta com quatro pequenos satélites que orbitam juntos e funcionam como se fossem um único instrumento gigante com cerca de 13 mil quilômetros de largura. Essa configuração permite observar a transição da atmosfera solar externa – chamada coroa – até o início do vento solar.

Os quatro satélites da missão PUNCH, da NASA, em imagem conceitual. Crédito: NASA

Três desses satélites estão equipados com instrumentos chamados Câmera de Campo Amplo, desenvolvidos pelo SwRI para captar imagens detalhadas de regiões pouco visíveis da atmosfera solar. Já o quarto satélite possui um equipamento chamado coronógrafo, que bloqueia a luz intensa do Sol para revelar os detalhes da coroa solar.

Segundo DeForest, os dados iniciais já mostram que o PUNCH pode acompanhar o clima espacial como um sistema único, desde a origem no Sol até seu deslocamento pelo sistema solar. Em um comunicado, o cientista diz que isso é fundamental para proteger sistemas eletrônicos e missões espaciais.

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Missão da NASA registra um “arco-íris” na luz zodiacal

A missão é liderada pelo SwRI, com sede no Texas, e operada a partir do Colorado. A NASA gerencia o projeto por meio do Centro de Voo Espacial Goddard, em Maryland, com apoio da Diretoria de Missões Científicas, em Washington.

Imagem espetacular registrada pela missão PUNCH, da NASA, mostra a luz zodiacal parecendo um arco-íris. Crédito: NASA / SwRI

Essas capturas foram feitas durante a fase de comissionamento (teste e calibração dos instrumentos), que também conseguiu registrar a luz zodiacal – um brilho fraco e difuso que aparece no céu quando a luz do Sol se espalha por partículas de poeira no espaço.

Segundo um comunicado da NASA, a captura foi feita no dia 18 de abril, pela WFI-2. A imagem mostra um brilho que muda de vermelho, no lado esquerdo, para verde no centro e azul no lado direito, tendo como fundo um céu estrelado. Essas cores representam diferentes comprimentos de onda da luz, e não um arco-íris visível como o que enxergamos após a chuva. Saiba mais aqui.

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