Nesta quarta-feira (25), a NASA revelou as primeiras imagens próximas de formações semelhantes a teias de aranha em Marte, capturadas pelo rover Curiosity. As estruturas estão localizadas nas encostas do Monte Sharp, uma montanha de 5,5 km de altura dentro da Cratera Gale, onde o robô pousou em 2012.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o rover Curiosity partiu em direção a essa área em novembro de 2024, chegando ao local no início deste mês.
As formações chamam a atenção por seu formato peculiar. Conhecidas como “boxwork”, ou “estrutura em forma de caixa”, elas são compostas por cristas rochosas que se cruzam de maneira semelhante a uma teia de aranha. Vistas do espaço, essas tramas de rochas chegam a se estender por até 20 km, parecendo obras de um aracnídeo gigante, mas sem qualquer relação com seres vivos.
Como foram formadas as “teias de aranha” de Marte
Na Terra, formações parecidas aparecem nas paredes de cavernas e se formam por um processo semelhante ao que cria estalactites e estalagmites. Segundo um comunicado da NASA, em Marte, acredita-se que as cristas surgiram quando água subterrânea escoou por rachaduras e fissuras nas rochas, depositando minerais ao longo do caminho.
Com o passar de milhões de anos, o vento marciano desgastou as camadas de rocha ao redor, mas deixou os minerais mais resistentes expostos. O resultado são essas redes de cristas, que agora podem ser vistas com detalhes graças às câmeras do Curiosity. Essa é a primeira vez que os cientistas conseguem observar de perto esse tipo de formação em Marte.

Um vídeo interativo divulgado pela agência no YouTube permite que qualquer pessoa explore o local em 3D, como se estivesse ao lado do rover. O objetivo é ajudar o público a entender melhor como é a superfície marciana.
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Rover analisa rochas da região
Além de fotografar, o Curiosity também perfurou as rochas da região para análise. Uma das descobertas mais interessantes foi a presença de veios de sulfato de cálcio, um mineral que geralmente se forma com a passagem de água. Esse tipo de mineral nunca havia sido encontrado antes no Monte Sharp, o que deixou a equipe da missão bastante surpresa.

Os cientistas esperam que o estudo detalhado dessas cristas ajude a entender melhor o passado aquático de Marte. A ideia é descobrir como a água circulava por ali antes que o antigo oceano do planeta fosse destruído pela radiação solar. Além disso, essas formações podem dar pistas importantes sobre a possibilidade de vida microbiana no passado.
Segundo os pesquisadores, ambientes subterrâneos com água salgada líquida e temperaturas mais amenas poderiam ter sido locais favoráveis ao surgimento de microrganismos, assim como aconteceu na Terra primitiva. Por isso, essa região agora é um dos principais focos da missão Curiosity.
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