No meio da Antártida, pinguins isolados revelam algo preocupante

Pinguins estão na minha lista de criaturas mais fofas do mundo. Esses habitantes do Polo Sul vivem em grupos, parecem vestir ternos e andam sempre de um jeito engraçado. Eles desempenham também um papel relevante na cadeia alimentar: como predador (de peixes, lulas e pequenos crustáceos) e como presa (de animais maiores, como focas, leões-marinhos e orcas).

Os pinguins também possuem uma função científica importante: eles podem ajudar cientistas a mapear a contaminação de mercúrio na Antártida. Pelo menos é isso que indica um estudo recém-lançado por especialistas da Escola Rutgers de Ciências Ambientais e Biológicas.

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Os pesquisadores identificaram rastros da substância em penas de três espécies de pinguins: pinguim-de-adélia, pinguim-gentoo e pinguim-de-barbicha.

Altas concentrações de mercúrio podem ser prejudiciais a seres humanos e animais, mas essas aves possuem uma espécie de “mecanismo de defesa”. Seus corpos são capazes de transportar o metal para as penas e, como há uma troca frequente delas, os pinguins não são contaminados.

Essas penas, porém, exibem marcadores de mercúrio – e podem ajudar os cientistas a criar uma espécie de mapa das regiões com maior concentração da substância.

O único porém é que as penas foram coletadas durante a temporada de reprodução de 2010-2011. Os pesquisadores querem agora fazer um novo estudo utilizando material mais recente.

O mercúrio tem grande impacto ambiental e preocupa cientistas – Imagem: Studio Nut / Shutterstock

Os perigos do mercúrio

  • O mercúrio (Hg) é um elemento químico tóxico.
  • Em temperatura ambiente, ele possui uma forma líquida.
  • O problema maior, porém, é quando ele é exposto ao calor excessivo: a substância vira um vapor extremamente perigoso.
  • Existem duas formas de contaminação pelo metal: a orgânica e a inorgânica.
  • A inorgânica ocorre pela inalação desse gás.
  • Já a orgânica ocorre pelo consumo de peixes e frutos do mar contaminados.
  • Ou seja, o metal tóxico se acumula à medida que sobe na cadeia alimentar.
  • Em concentrações baixas, ele não faz mal para os nossos organismos.
  • Altas concentrações, porém, podem causar danos importantes ao cérebro, rins e pulmões.
  • Isso inclui redução das funções cognitivas, má formação do sistema nervoso, fraqueza muscular e até mesmo perda de visão.
  • É por isso que esse estudo com os pinguins é tão relevante.
  • Saber onde estão as maiores concentrações de mercúrio podem nos ajudar a fazer escolhas melhores, além de tentar resolver esse problema de contaminação.
pinguim
Além de fofos, os pinguins também possuem agora um importante papel científico – Imagem: Andrew Laity/Shutterstock

Como o mercúrio chegou na Antártida?

O mercúrio já foi um problema maior para a nossa sociedade. Um estudo de 2024 do MIT constatou que os níveis atmosféricos do metal caíram cerca de 10% entre 2005 e 2020. A explicação para a queda está no fechamento das usinas termelétricas a carvão.

Esse recuo, no entanto, não significa que estamos livres da substância, que continua sendo utilizada, principalmente, em países em desenvolvimento. Na América do Sul, por exemplo, mineradores usam o mercúrio para separar o ouro.

Eles recolhem o material do fundo dos rios e, para separar os quilates de outros sedimentos, acrescentam mercúrio líquido à mistura. Ao queimar tudo, sobra apenas o ouro – além do gás tóxico na atmosfera.

Para não falar que a culpa é somente do homem, o mercúrio também é encontrado naturalmente em rochas. E, no caso da Antártida, o derretimento das geleiras pode estar levando a substância para as criaturas marinhas. Bom, nesse caso, a culpa é nossa também, uma vez que esse derretimento tem origem no aquecimento global

As informações são do Phys.org.

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