O planeta com oceano de água fervente que intriga cientistas e desafia teorias

Em uma de suas várias descobertas, o telescópio espacial James Webb, da NASA, encontrou um exoplaneta que vem dividindo as opiniões dos cientistas.

Essa discordância nada tem a ver com a existência do corpo celeste. Ou com os elementos químicos que fazem parte dele. Nem com a presença de água na superfície. O debate ocorre em torno do estado em que essa água se encontra.

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O exoplaneta em questão foi batizado de TOI-270 d. Segundo informa o site oficial da NASA, ele fica a 73 anos-luz da Terra e tem quase cinco vezes a massa dela.

Uma curiosidade é que ele demora apenas 11 dias para completar uma volta em torno de sua estrela e possui compostos químicos como metano e dióxido de carbono.

Segundo os pesquisadores, essa combinação química é consistente com um mundo aquático no qual um oceano se estenderia por toda a superfície. Mas essa água estaria no estado líquido? Eis a principal discussão.

Um exoplaneta com um oceano borbulhante? Essa é a discussão entre os cientistas – Imagem: Jon Bilous/Shutterstock

Duas teorias

  • Segundo estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics Letters, o exoplaneta seria tomado por um oceano que atinge temperaturas superiores aos 100°C.
  • É essa hora que você pergunta: mas nessa temperatura a água já não teria evaporado?
  • Sim, em condições normais de pressão.
  • Só que no TOI-270 d a pressão é mais alta, permitindo esse fenômeno.
  • Quanto mais alta a pressão, mais energia as moléculas de água precisam acumular para sair do estado líquido e virar vapor.
  • Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, no entanto, contesta os resultados desse estudo.
  • Eles também analisaram os dados do exoplaneta e disseram que não existe a possibilidade de haver um oceano por lá.
  • Isso porque a temperatura no local seria de aproximadamente 4.000ºC!
  • Aí não tem condição nenhuma de pressão que sustente a água em fase líquida.
  • Você pode ler esse segundo artigo no publicador online arXiv.
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
O responsável pela descoberta, em 2019, foi o Telescópio Espacial James Webb – Imagem: 24K-Production/Shutterstock

Um planeta praticamente inabitável

Como ninguém nunca visitou o lugar, não dá para saber qual dos dois grupos está correto. Aliás, ninguém nunca vai visitá-lo. Pelo menos não para morar.

Com as informações que temos, podemos inferir que o TOI-270 d é quase inabitável – e não só por causa das altas temperaturas. Como ele fica muito próximo da sua estrela, o exoplaneta sofre de um fenômeno gravitacional chamado acoplamento de maré. Ou seja, sempre fica com uma das faces virada para o objeto maior.

O resultado disso é que um dos lados do fica iluminado 100% do tempo enquanto o outro vive numa escuridão eterna. São situações péssimas para quase todas as formas de vida que conhecemos.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 16/04/2024.

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