A pandemia de covid-19 foi declarada em março de 2020 e teve seu fim reconhecido pela Organização Mundial da Saúde em 2023, mas seus efeitos ainda reverberam na sociedade. Mudanças nos hábitos cotidianos, o trabalho remoto e novas formas de consumo de mídia e de lazer permanecem presentes mesmo após a quarentena.
Além disso, questões que marcaram aquele período da crise sanitária frequentemente retornam ao debate público. Um desses temas é a imunidade de rebanho, que ocasionalmente ressurge em meio à curiosidade, a interpretações equivocadas e a discussões acaloradas.
Mas afinal, o que é, de fato, a imunidade de rebanho? A seguir, explicaremos um pouco mais sobre esse conceito, bem como os mitos e verdades que o cercam.
O que é a imunidade de rebanho?
O termo imunidade de rebanho se refere a uma forma de proteção indireta que se aplica apenas a doenças contagiosas. Ela também é conhecida como “imunidade de grupo”, “efeito de rebanho”, “imunidade de comunidade”, “imunidade de população” ou “imunidade em massa”.
Esse conceito da epidemiologia ocorre quando uma grande parte da população está protegida contra uma doença transmissível. Com isso, a circulação do agente causador diminui. Assim, mesmo quem não está imunizado recebe proteção.
A imunidade de rebanho pode ser alcançada de duas maneiras: por meio da vacinação ou após uma infecção natural. Bom, agora que adentramos essa parte, confira a seguir o que é verdade ou mito sobre esse assunto.
Imunidade de rebanho: fatos e fakes
Confira a seguir o que é verdade e o que é mentira sobre a imunidade de rebanho.
“Imunidade de rebanho pode ser alcançada apenas com a infecção natural”

Falso. Embora tenhamos afirmado acima que uma das formas de alcançar a imunidade de rebanho seja por meio da infecção natural, é incorreto afirmar que essa seria a forma ideal para atingir a proteção coletiva contra doenças transmissíveis.
Essa ideia ganhou força durante a crise da covid-19 e ajudou a popularizar o conceito. Muitos defensores eram contra o isolamento social e sugeriam expor pessoas com menor risco de complicações, acreditando que, ao adquirirem imunidade, ajudariam a reduzir a transmissão.
No entanto, essa proposta é perigosa. Ignora os riscos para grupos vulneráveis, a sobrecarga dos sistemas de saúde e o fato de que a imunidade natural nem sempre é duradoura ou eficaz.
Sobre ser duradoura ou eficaz, a imunidade de rebanho por infecção natural só funciona se o corpo permanecer protegido por muito tempo após a doença. Caso contrário, as pessoas podem se reinfectar e a doença continua se espalhando.
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“A imunidade de rebanho depende da vacinação”

Verdade. A forma mais segura e eficaz de alcançar a imunidade de rebanho é por meio da vacinação.
Quando grande parte da população está vacinada, o vírus encontra menos pessoas suscetíveis para infectar, o que reduz sua circulação. Isso protege inclusive quem não pode ser vacinado.
“A imunidade de rebanho dispensa quarentena”

Falso. Atingir a imunidade de rebanho não significa que as medidas de proteção, como a quarentena, possam ser ignoradas. Durante uma pandemia, enquanto a maioria da população ainda não está imunizada, o vírus continua se espalhando com facilidade.
Se todos circularem livremente antes de a imunidade coletiva ser atingida, o número de casos graves pode aumentar rapidamente. E esse cenário nós já conhecemos: sobrecarga do sistema de saúde e risco para pessoas vulneráveis, que acabam tendo contato com pessoas contaminadas que apresentam menor risco.
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