Sabe aquele celular que começa a travar depois de dois anos, mesmo sem ter sofrido nenhum dano? Ou aquele computador que você pagou caro há alguns anos justamente pela potência, mas que agora já não suporta a versão mais recente do sistema operacional?
São situações comuns, que muita gente já enfrentou, e quase sempre vêm acompanhadas da mesma recomendação: “melhor trocar por um novo”. Contudo, sempre fica aquela sensação estranha de que parece que os aparelhos foram feitos para durar pouco, não é mesmo? E, de certo modo, eles realmente foram.
Essa prática tem um nome, e entender como ela funciona pode mudar a forma como você encara seus eletrônicos.
O que é obsolescência programada?
Você já ouviu falar em obsolescência programada? As situações relatadas acima, como o celular que começa a travar depois de dois anos, são exemplos do que se conhece por esse termo.
Mas, afinal, o que é obsolescência programada? Trata-se de uma estratégia usada por fabricantes para projetar produtos com uma vida útil limitada. Isso mesmo: celulares, tablets, notebooks e outros dispositivos são projetados para funcionar bem somente por um período determinado e, depois disso, acabam se tornando ultrapassados, apresentando defeitos ou perdendo utilidade, o que incentiva o consumidor a comprar um novo.
Na prática, isso significa que, mesmo podendo durar mais tempo, o produto começa a apresentar falhas ou deixa de atender às necessidades do usuário de forma intencional.
A obsolescência programada é só em produtos eletrônicos e tecnológicos?

A obsolescência programada é mais evidente em produtos eletrônicos e eletrodomésticos. Isso ocorre porque esses setores acompanham avanços tecnológicos muito rápidos, o que permite lançar novos modelos com melhorias incrementais com frequência.
Além disso, nesses produtos é possível limitar a vida útil tanto por meio de componentes físicos (hardware) quanto por atualizações ou restrições de software. Outro fator relevante é que, muitas vezes, o custo ou a praticidade de substituir o aparelho acaba sendo mais viável do que realizar o conserto, o que favorece o descarte precoce.
Todavia, a obsolescência programada não se limita apenas aos eletrônicos e tecnológicos. Móveis, utensílios domésticos, brinquedos: materiais frágeis ou mudanças no design incentivam a troca. Moda e vestuário também seguem esse padrão, com tendências que tornam peças rapidamente ultrapassadas.
Origem da obsolescência programada

Além disso, essa prática não é de hoje. A obsolescência programada teve sua origem com os automóveis, na década de 1920, nos Estados Unidos. Naquela época, o mercado começava a se saturar, pois quem queria um carro já havia comprado.
Para continuar vendendo, as montadoras passaram a lançar mudanças no design dos modelos todo ano. Assim, mesmo funcionando bem, os carros antigos pareciam ultrapassados, incentivando os consumidores a trocá-los com mais frequência.
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Os tipos de obsolescência programada
O fenômeno da obsolescência programada se apresenta por meio de várias variantes. Existem diversas estratégias usadas pelas empresas para limitar a vida útil dos produtos. Veja algumas:

Obsolescência de durabilidade
É quando o produto é fabricado com materiais de baixa qualidade, projetados para quebrar ou se desgastar rapidamente.
Obsolescência funcional
Aqui, o problema está na dificuldade de consertar o aparelho. Pode ser pela falta de peças de reposição, por exemplo. Isso desestimula o reparo e incentiva a compra de um novo.
Obsolescência por software
É quando o problema não está no aparelho em si, mas no sistema. O dispositivo continua fisicamente intacto e funcional, porém deixa de receber atualizações ou passa a rodar softwares que exigem mais memória e processamento. Isso compromete o desempenho e dificulta o uso com o tempo.

Degradação ou bloqueio por software
Alguns aparelhos são programados para reduzir desempenho após certo tempo de uso. Há casos em que atualizações intencionais tornam o sistema mais lento ou limitam funções do dispositivo.
Obsolescência tecnológica
O dispositivo ainda funciona, porém se torna incompatível com novas tecnologias ou padrões. Um exemplo clássico são os celulares que não recebem mais atualizações do sistema.
Obsolescência psicológica
Essa estratégia é mais sutil e se apoia no desejo do consumidor. Mesmo que o aparelho esteja em ótimo estado, o lançamento de um novo modelo com pequenas mudanças faz com que o anterior pareça ultrapassado.
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