Ray Dalio, um dos investidores mais famosos do mundo, acredita que a guerra comercial americana pode ter efeitos piores do que uma recessão. Em conversa com a NBC, publicada no último domingo (13), o investidor citou “5 grandes forças” da economia.
Embora Dalio não tenha citado o Bitcoin nesta entrevista, o investidor é um dos maiores defensores da criptomoeda.
Como exemplo, ainda em 2021, antes da entrada de grandes gestoras no mercado, Dalio defendia que o Bitcoin já tinha se provado. No final de 2024, também recomendou a compra de Bitcoin frente a ativos de dívidas.
Ray Dalio fala sobre cinco grandes forças da economia
Iniciando sua conversa, Ray Dalio cita um pensamento exposto em seu livro ‘Princípios para a ordem mundial em transformação: Por que as nações prosperam e fracassam’.
Segundo o investidor, fundador do maior fundo hedge do mundo — a Bridgewater Associates — a economia mundial é guiada por alguns poucos fatores.
“Há um problema de desequilíbrio. Basicamente, existem cinco grandes forças ao longo da história que impulsionam tudo.”
- Endividamento cíclico de curto prazo
- Endividamento de longo prazo
- Ordem interna
- Ordem mundial/externa
- Tecnologia
Em relação aos primeiros pontos, Dalio destaca que a dívida do governo americano está se tornando um problema. Já os conflitos internos estão relacionados a divisão política entre esquerda e direita.
O terceiro, e talvez mais importante, é a queda dos EUA como uma potência que rege a economia global com sua moeda. Ou seja, um conflito entre EUA e China.
“A tecnologia está mudando, e a forma como todas essas forças estão se combinando são os principais motores por trás disso.”
Embora a tecnologia apresente avanços, ela também pode ter efeitos negativos. Isso vale tanto para a perda de empregos no curto prazo, quanto para países que não acompanharem essas evoluções.
Ray Dalio fala sobre tarifas do governo americano
Questionado sobre a política tarifária do governo americano, Ray Dalio notou que existe um desejo em trazer empresas para os EUA tanto para gerar empregos quanto para taxá-las. Ou seja, pode ser algo positivo ou negativo.
“Acho que isso depende de como essas coisas são tratadas.”
“A questão é se isso é feito de maneira prática, de forma estável, com negociações de qualidade — onde o problema é visto como mútuo — ou se é feito de maneira caótica e disruptiva, que gera grandes conflitos”, continuou Dalio. “Isso faz toda a diferença no mundo, com base no que estamos vendo agora.”
No momento, Dalio vê as tarifas americanas como algo disruptivo. No entanto, continua aguardando os próximos capítulos dessa história.
O que está por vir é pior que uma recessão, diz Dalio
Parte mais importante da entrevista, Ray Dalio se diz preocupado com algo pior que uma recessão.
“Estou preocupado com algo pior do que uma recessão, se isso não for bem conduzido.”
“Uma recessão é dois trimestres negativos do PIB, e mesmo que chegue um pouco perto disso — sempre temos essas coisas — estamos diante de algo muito mais profundo”, explicou Dalio. “Estamos vendo uma quebra na ordem monetária. Vamos mudar a ordem monetária porque não podemos continuar gastando essas quantias de dinheiro. Esse é o problema.”
Seguindo, o investidor afirma que o momento se parece muito com os anos 1930, seguidos da Grande Depressão de 1929. “Eu estudei a história e isso se repete diversas vezes”, comentou.
“Então, se você considerar tarifas, dívidas, o poder emergente desafiando o poder estabelecido — se você considerar esses fatores e observar as mudanças nessas ordens — os sistemas são muito, muito disruptivos. A maneira como isso é conduzido pode resultar em algo muito pior do que uma recessão.”
Além de seus livros, alguns traduzidos para português, interessados no conhecimento de Dalio também podem visitar seu canal no YouTube, que conta com diversos conteúdos didáticos sobre economia, mas somente em inglês.
Fonte: O que está por vir é pior que uma recessão, diz Ray Dalio
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