Por que Neymar segue sofrendo com lesões: o que a medicina esportiva revela

As constantes lesões de Neymar têm gerado críticas e especulações sobre seu desempenho, comprometimento e longevidade no futebol. Mas, como explica o ortopedista e especialista em medicina esportiva Dr. Rodrigo Martínez, os motivos por trás das dificuldades vão muito além de julgamentos superficiais.

Neymar sofreu uma das lesões mais desafiadoras para um atleta de elite: ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) com lesão de menisco no joelho esquerdo. A cirurgia realizada reconstruiu o ligamento e reparou o menisco, mas deixou sequelas inevitáveis. “A estrutura biomecânica do joelho é alterada para sempre. Mesmo com sucesso cirúrgico, o joelho nunca volta a ser exatamente o mesmo”, afirma o médico.

A recuperação exige muito mais do que tempo. Envolve restabelecer força, controle neuromuscular, reeducar o gesto esportivo e, principalmente, readaptar todo o sistema motor a um novo padrão. E isso, segundo Dr. Rodrigo, é ainda mais difícil em um atleta como Neymar, que opera em um nível técnico extremamente elevado.

“Neymar tem um nível de refinamento motor fora do comum. Cada drible, cada aceleração e mudança de direção exige precisão absoluta. Quando o joelho deixa de entregar esse feedback fino, o corpo sai do modo automático e passa a compensar. Isso gera sobrecarga muscular e aumenta o risco de novas lesões”, explica.

O histórico do craque também pesa. Lesões acumuladas ao longo dos anos alteram o ‘mapa corporal’, criando compensações que desestabilizam a mecânica natural do movimento. “O maior fator de risco para uma lesão é já ter tido uma. E Neymar carrega um prontuário considerável”, pontua.

Sobre as críticas ao estilo de vida do jogador, Dr. Rodrigo é direto: hábitos ruins impactam, sim, na regeneração e na inflamação. Mas não são determinantes sozinhos. “Não é um camarote que rompe um ligamento. É um acúmulo de fatores clínicos, cirúrgicos, biomecânicos e emocionais.”

Aos 33 anos, Neymar enfrenta o que talvez seja sua maior batalha: não contra adversários em campo, mas contra as limitações do próprio corpo. “Voltar a jogar é uma coisa. Voltar a ser Neymar é outra. E, biologicamente, isso se torna mais difícil com o tempo”, conclui.


 

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