A moeda brasileira apresentou a maior desvalorização do mundo frente ao dólar nesta terça-feira (8), em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e China. No início da tarde, o real caía 1,06%, cotado a R$ 5,976. Durante a manhã, chegou a romper a marca simbólica de R$ 6.
O movimento ocorreu após a Casa Branca confirmar tarifas de 104% sobre produtos importados da China. A decisão aumentou a pressão sobre moedas de países emergentes, especialmente as latino-americanas.
O peso chileno teve queda de 0,79%, e a moeda colombiana recuou 0,94%. Também perderam valor o yuan (-0,80%), o sol peruano (-0,80%) e o won sul-coreano (-0,78%). Entre as dez moedas que mais recuaram ante o dólar nesta terça estão ainda o baht tailandês (-0,63%), a rupia indiana (-0,45%), o renminbi chinês (-0,42%) e o shekel israelense (-0,32%).
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A nova rodada de tarifas foi anunciada depois que a China manteve suas medidas retaliatórias de 34% sobre produtos norte-americanos. O presidente Donald Trump havia estabelecido prazo até esta terça-feira para a suspensão dessas taxas.
Sem resposta de Pequim, os Estados Unidos decidiram ampliar a ofensiva. Além da tarifa de 104%, o governo americano confirmou que, a partir de quarta-feira, entrará em vigor uma nova taxa de 50% sobre outras importações chinesas.
As incertezas quanto ao futuro das negociações comerciais entre os dois países vêm provocando aversão ao risco nos mercados. Investidores buscam proteção no dólar, pressionando moedas de países em desenvolvimento.
A volatilidade também afeta os ativos brasileiros. No mesmo horário em que o real liderava as perdas, o Ibovespa operava em queda e o mercado monitorava a atuação do Banco Central, que promoveu leilões de swap cambial para conter a instabilidade.
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