Na última terça-feira (27), a SpaceX lançou o megafoguete Starship pela nona vez em um voo de teste. O resultado, no entanto, não foi o esperado. O propulsor Super Heavy não conseguiu realizar todos os testes programados para a reentrada, e o segundo estágio, que dá nome ao complexo veicular, sofreu um vazamento de combustível. De acordo com um comunicado emitido nesta sexta-feira (30), a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) exige que a empresa investigue as causas e envie um relatório oficial.
Composto por dois estágios (o propulsor Super Heavy, que dá o impulso inicial, e a nave Starship, que segue até o espaço), o foguete mais poderoso do mundo partiu da base Starbase, no sul do Texas, às 20h38 (pelo horário de Brasília), com oito minutos de atraso.
A separação dos estágios aconteceu pouco mais de dois minutos após a decolagem. Era esperado que o booster realizasse uma série de experimentos durante a subida e na descida sobre o Golfo do México, desta vez sem retornar à base de lançamento. Um dos testes envolveria uma simulação de falha em um dos três motores durante a queima final, para avaliar a capacidade de pouso em situações não ideais – mas isso não aconteceu.
Segundo o astrônomo Marcelo Zurita, que apresentava a transmissão ao vivo do evento pelo Olhar Digital junto com o editor Lucas Soares, houve uma falha geral. “Pouco mais de seis minutos após a decolagem, os motores foram acionados, os três centrais e a maioria do anel intermediario. Desligaram todos logo em seguida, e o booster começa a cair em altíssima velocidade em direção ao oceano”.

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Nave Starship tem vazamento de combustível e perde o controle
Já o estágio superior da Starship tinha como um dos objetivos realizar uma simulação de implantação orbital com oito satélites Starlink fictícios, que deveriam se autodestruir na reentrada. No entanto, isso não ocorreu dentro do planejado. Segundo a SpaceX, a porta de carga útil necessária para a demonstração de implantação dos satélites não abriu totalmente como esperado. Portanto, a espaçonave não foi capaz de implantar a carga.
Também seria testado o acionamento de um motor Raptor no espaço, mas antes disso a nave sofreu um aparente vazamento de propelente e ficou girando no espaço, incapaz de reentrar com sucesso na atmosfera da Terra. Às 21h32, a SpaceX informou no X (antigo Twitter) que a espaçonave sofreu uma “rápida desmontagem desprogramada” – mesma expressão usada para explicar o que aconteceu nos voos 7 e 8.
A FAA afirmou que vai investigar apenas o problema com o segundo estágio, pois o propulsor estava dentro dos riscos previstos.

SpaceX reutiliza propulsor pela primeira vez
Pela primeira vez, a SpaceX utilizou um propulsor que já havia voado (mesmo propulsor do voo 7, realizado em janeiro). Neste teste, a empresa tentou uma manobra nova: fazer a reentrada com um ângulo mais inclinado, para gerar mais resistência do ar e reduzir a velocidade. Mas, o plano não deu certo. O contato com o propulsor foi perdido cerca de seis minutos após a decolagem, e ele acabou se desintegrando no Golfo do México.
A nave Starship deveria seguir até o Oceano Índico e pousar perto da Austrália. No entanto, como perdeu o controle de direção durante o voo, ela não conseguiu se posicionar corretamente para a reentrada. Para reduzir riscos, um sistema de segurança liberou a pressão interna da Starship. Mesmo assim, o contato foi perdido com 46 minutos de voo, e a nave foi destruída.
Apesar dos problemas, a SpaceX considera que houve progresso. Nas missões anteriores, a nave se perdeu com menos de 10 minutos de voo. Desta vez, ela resistiu por mais tempo e caiu em uma área segura. Segundo a FAA, não houve feridos nem danos materiais. O impacto no tráfego aéreo também foi mínimo: apenas um voo precisou ser desviado e outro teve atraso de 24 minutos.
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