Terra deve voltar a ter um único supercontinente

Nosso planeta já teve todos os continentes unidos em uma única massa de terra chamada Pangeia – e isso deve acontecer de novo. A união dos continentes é parte de um ciclo natural que ocorre ao longo de centenas de milhões de anos. Estudos indicam que um novo supercontinente, apelidado de Pangeia Próxima (ou Pangeia Última), pode se formar nos próximos 250 milhões de anos.

No início do século 20, ao observar semelhanças entre fósseis, rochas e formações geológicas em diferentes continentes, o meteorologista alemão Alfred Wegener propôs que eles já estiveram conectados em um passado distante. O nome “Pangeia” vem do grego e significa “toda a Terra”.

Embora tenha sido inicialmente recebida com ceticismo, a teoria de Wegener foi posteriormente confirmada com o desenvolvimento da teoria da tectônica de placas, a partir dos anos 1960. Hoje se sabe que a crosta terrestre está dividida em grandes placas que flutuam sobre o manto, se movendo lentamente com o passar do tempo. Esse movimento é responsável pela deriva continental, a separação dos continentes e a formação de oceanos, cadeias de montanhas e terremotos.

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Como se formou a Pangeia

A Pangeia começou a se formar há cerca de 335 milhões de anos, a partir da fusão dos blocos continentais Laurásia (no hemisfério norte) e Gondwana (no sul). Essa imensa massa de terra existiu durante a era Paleozoica e o início da era Mesozoica, período em que o clima global era diferente do atual, com grandes regiões áridas no interior da Pangeia e mares rasos ao redor, onde proliferavam muitas formas de vida marinha. Samambaias gigantes, répteis primitivos e coníferas dominavam a paisagem.

Formação da Pangeia. Crédito: Lermot/Shutterstock

A separação da Pangeia teve início há cerca de 175 milhões de anos, durante o período Jurássico. O processo foi impulsionado por atividades no interior do planeta, como o acúmulo de calor sob a crosta, o surgimento de plumas de magma e a movimentação contínua das placas tectônicas. A Pangeia se dividiu inicialmente em dois grandes blocos: Laurásia, que deu origem à América do Norte, Europa e Ásia; e Gondwana, que formou a América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica.

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Terra já teve outros supercontinentes antes

Essa, no entanto, não foi a primeira vez que os continentes se juntaram e depois se separaram. Antes da Pangeia, já existiram outros supercontinentes, como Rodínia, há cerca de 1,1 bilhão de anos, e Columbia, ainda mais antigo. Os geólogos acreditam que a formação e fragmentação desses supercontinentes fazem parte de um ciclo que se repete a cada 500 a 600 milhões de anos.

Segundo um estudo publicado na revista Nature em 2021, liderado por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, os continentes continuarão se movendo até se reunirem novamente. Usando modelos computacionais baseados no comportamento das placas tectônicas, os cientistas projetaram a formação de um novo supercontinente no futuro: a chamada Pangeia Próxima.

O artigo prevê que essa nova massa de terra poderá se formar ao redor do Oceano Pacífico, que está encolhendo devido à subducção – o processo em que uma placa tectônica desliza sob a outra. Esse movimento pode fazer com que os continentes colidam e se fundam novamente.

Se a Pangeia Última realmente se formar, o planeta poderá enfrentar grandes mudanças. O interior do supercontinente será quente e seco, longe da umidade trazida pelos oceanos. As temperaturas podem se tornar extremas, criando ambientes inóspitos para muitas formas de vida, inclusive os seres humanos.

Apesar de estar a centenas de milhões de anos no futuro, entender esses ciclos ajuda os cientistas a reconstruir o passado da Terra e a prever o que pode vir a acontecer com o planeta em escala geológica. 

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